O mapa astral inicial

Estou numa nova fase de minha vida, onde aceito os dons que tenho e os coloco a serviço da transformação do mundo.
Já são antigos meus estudos em astrologia, mas agora, venho oferecer interpretação do mapa astral, onde faço a leitura dos planetas e signos astrológicos.
Quem tiver interesse neste serviço, é só entrar em contato pelo email: nathgingold@gmail.com , serei muito grata em atendê-los.

Aqui, um pouco das funções dos planetas nos signos Astrológicos

Os signos representam as energias básicas da Astrologia. São os arquétipos (ou símbolos) primordiais, dos quais surge todo o conhecimento astrológico.

Planetas pessoais nos signos
Sol Sol Como a pessoa é (o ser), como experimenta a vida e expressa a sua identidade
Lua Lua Forma como a pessoa reage com base na sua predisposição do subconsciente, como se nutre emocionalmente e usa a sua sensibilidade
Mercúrio Mercúrio Modo como a pessoa se expressa e como comunica, como aprende e usa suas habilidades mentais
Vénus Vénus Como expressa o seu afeto, como se sente apreciado e se dá aos outros, como se valoriza e usa seus recursos
Marte Marte Como a pessoa afirma e expressa os seus desejos, como usa a sua capacidade de iniciativa, se é independente e como expressa a sua individualidade
Planetas Sociais nos signos
Júpiter Júpiter Como a pessoa procura o seu crescimento pessoal, direção de vida, experimentar a confiança na vida, como expressa a sua verdade interna
Saturno Saturno Forma como a pessoa procura estabelecer e preservar o EU através da responsabilização e do seu próprio esforço, a sua estruturação e se sabe colocar limites ao que a si é externo, como e onde expressa os seus medos
Planetas transpessoais nos signos
Úrano Úrano Estes 3 planetas representam profundas fontes de mudança e são considerados como planetas com energia profundas transformadoras. A posição destes planetas nos signos indicam atitudes de gerações, no entanto no mapa astrológico Natal individual, os signos onde se situam representam menor importância do que o posicionamento dos planetas nas casas e os seus aspectos
Neptuno Neptuno
Plutão Plutão

Interpretação do Mapa Astral, Pontos chave

Interpretação do Mapa Astral, Pontos chaveÀ medida que se aprofunda o estudo de interpretação astrológica, torna-se mais simples descobrir um método de leitura que seja mais fiel e intuitivo e que nos ajude a ter uma consciência mais clara sobre este labirinto, que é a interpretação do Mapa Astral.

Pontos chave na interpretação do Mapa Astral

É necessário ter em conta que, esta é uma visão de interpretação do mapa astral muito básica e dirige-se a pessoas que se querem iniciar na arte de interpretação astrológica. Com o tempo, conhecimento, experiência e sabedoria,  estes aspectos nos servem simplesmente como ponto de partida para uma visão mais abrangente, intuitiva e fiel à essência do próprio horóscopo individual.

Planetas

Os planetas em astrologia, representam no horóscopo  princípios básicos de experiência ou energias e vida. Os planetas aparecem em cada mapa astral individual, no entanto, manifestam-se de diferentes modos e com potencias e potenciados de formas diversas.

Signos do Zodíaco na interpretação do mapa astral

Os signos representam estilos ou modos de expressão  Os signos, na interpretação do mapa astral, são as lentes através das quais as energias planetárias se filtram e brilham, adquirindo sombras e intensidades variáveis  Apesar de todos os mapas apresentarem todos os signos, no entanto tem diferentes graus de importância dependendo do todo representado pelo horóscopo individual.

Casas Astrológicas

As casas Astrológicas representam, na interpretação do mapa astral, campos de actividade  ou áreas de experiência que serão destacadas consoante a afluência energética da presença e planetas ou outras influencias significativas que evidenciam determinadas áreas de vida. As casas abrangem tudo o que se relaciona com a vida, no entanto cada casa adquire diferentes níveis de importância e destaque, dependendo da configuração gráfica do horóscopo individual.

Aspectos Astrológicos

De acordo com cada representação gráfica do horóscopo individual, surgem ligações angulares entre os astros e outros elementos tidos como importantes na interpreta ao do mapa astral, que representam as forcas que se unem entre os planetas. Os aspectos criam uma estrutura dinâmica no mapa astral que revelam forcas e padrões  conscientes ou inconscientes que se revelam nas mais diversas áreas de vida e situações.

Assim, conclui-se que, de uma forma de interpretação do mapa astral individual mais superficial, cada unidade de leitura e a representação de uma energia planetária que se manifesta através de um signo em particular enfocando os assuntos da casa na qual esta colocada e unindo-se ao resto do mapa pela posição.

Cura

” Cada mulher que cura a si mesma contribui para curar a todas as mulheres que a precederam e a todas aquelas que virão depois dela”.

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“Eu chamo a força, eu chamo a força
eu chamo a força
força das pedras para me firmar
Eu chamo a terra, eu chamo a terra
eu chamo a terra
eu chamo a terra para me enraizar

****

Eu chamo o vento, eu chamo o vento
eu chamo o vento
eu chamo o vento vem me elevar
Eu chamo o fogo, eu chamo o fogo
eu chamo o fogo
eu chamo o fogo para me purificar

****

Eu chamo a Lua, chamo o Sol
chamo as Estrelas
Chamo o Universo para me iluminar
Eu chamo a água, chamo a chuva
e chamo o rio
Eu chamo todos para me lavar

****

Eu chamo o raio, o relâmpago e o trovão
Eu chamo todo o Poder da Criação
Eu chamo o mar, chamo o céu e o infinito
Eu chamo todos para nos libertar

****

Eu chamo Cristo, eu chamo Budha
Eu chamo Krishna
Eu chamo a força de todos Orixás
Eu chamo todos com suas forças Divinas
Eu quero ver o Universo iluminar

****

Eu agradeço pela vida e a coragem
Ao Universo pela oportunidade
E a minha vida eu dedico com amor
Ao sonho vivo da nossa humanidade

****

Sou mensageiro, sou cometa, eu sou indígena
Eu sou filho da nação do Arco Íris
Com meus irmãos eu vou ser mais um guerreiro
Na nobre causa do Inka Redentor

****

Eu sou guerreiro, eu sou guerreiro e vou lutando
A minha espada é a palavra do amor
O meu escudo é a bondade no meu peito
E o meu elmo são os dons do meu Senhor

****

Eu agradeço a nossa Mãe e ao nosso Pai
E aos meus irmãos por todos me ajudar
A minha glória para todos eu entrego
Porque nós Todos Somos Um nesta união

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Ñdarei a sã
ñdarei a sã
ñdarei a sã

****

Desde o principio Todos Nós Somos Irmãos!

****

Orei ouá
Orei ouá
Orei ouá

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Viva o Poder de todo o Universo!”

Autor: Lucy Sem Fronteiras – Artigo original do Blog Amor e Paz Sem Fronteiras: http://www.amorepazsemfronteiras.com/2010/10/guerreiros-da-paz-hino-xama-pela-paz.html#ixzz3h6Dgf5hU

Águia

“Águia…

Voe alto,

e toque o Grande Espírito

Partilhe comigo sua energia,

Toque-me, honre-me

para que eu possa

conhecer-te também”.
(Jamie Sams/ David Carson)

Por conta da sua capacidade de estar nas alturas, a águia é um animal que possui uma ligação com o Divino. Consegue transitar entre os mundos material e espiritual, levando as preces dos homens para o Grande Espírito e trazendo Suas bênçãos ao mundo terreno. É também um animal solar.

Vamos neste momento nos conectar à grande energia, que permeia nossos sonhos, pensamentos, crenças e permitir que a nossa visão se abra para além deste mundo aparente.
O mundo físico é uma centelha do Grande Mundo Total, onde podemos ver a conecção entre todas as energias, onde entendemos o movimento das ondas conectadas aos astros.

Vamos ver além para conseguirmos ter uma visão diferenciada das situações problemáticas, uma vez que enxergarmos tudo do alto.

Simboliza também a renovação, pois em determinada fase de sua vida, a águia passa por um difícil, doloroso e longo processo de deixar renascer seu bico e suas garras, para que possa continuar a viver. Por isso, a águia é considerada guerreira e representa a coragem.
Ela nos mostra que para irmos além, para podermos mergulhar no abismo sem medo, temos que nos desprender de antigas defesas, mecanismos de força e transmutar a segurança.

Suas penas costumam ser utilizadas pelos xamãs em trabalhos de cura.

A partir das lições da águia, podemos aprender a ter mais fé em nós mesmos, nos permitindo ter coragem encarar e renovar , nossas forças, as nossas fraquezas. Ela também pode nos ensinar a ter a fé no Divino, através de nossas orações que podem por ela serem levadas ao mundo espiritual.

Este texto foi escrito inspirado pelo livro Cartas Xamânicas, dos autores Jamie Sams e David Carson. Caso queira compartilhar, não se esqueça de citar a autoria!

 

Sobre o desmame

Quando eu comecei a amamentar meu segundo filho, tudo foi muito lindo e tranquilo, pegou certinho, mamava bem , eu produzia leite para caramba e tudo seguiu. Era livre demanda, sem mamadeiras e chupetas, só colo, muito sling e poucas horas de sono seguidas.
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E depois de um ano e meio neste ritmo (depois dos 5 – 6 meses, ele começou a comer também, mas não entendo que a amamentação seja somente por necessidade de nutrição alimentar) me dei conta que não sabia como parar, como voltar a trabalhar, qual seria o momento ideal (sendo que eu podia escolher, pois meu trabalho me permite) e como fazer isso acontecer com respeito a mim e ao meu filho.
Adianto que não encontrei muitos textos sobre os assuntos, na maioria era sempre com um jeito mágico, que parecia muito lindo na teoria, mas na prática não rolava. E eu estava na idéia de sentir o momento, de sentir a necessidade de meu filho…de aprender do meu jeito mesmo, ou melhor, do nosso jeito.

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Bom, aos poucos percebi que ja estava no processo de desmame sem perceber.

Ele rolou de maneira bem gradual, tenho um companheiro e ajuda mto.
Comecei com pequenos intervalos, onde meu filho ficava com o pai enquanto eu ia trabalhar e tals (isso por volta de um ano de idade), e então os intervalos foram aumentando.
Depois aumentei os intervalos e comecei a deixar ele dormir sem mim as vezes (qdo eu nao estava em casa), ele e meu marido descobriram um jeito deles de ficarem bem, de dormir e tudo mais. Eles tinham o próprio jeitinho de ficar juntos, de dormir, de comer….Isso tudo sem mamadeiras ou chupetas.

Por volta de um ano e meio ele começou a dormir por mais tempo a noite, as vezes soltava naturalmente o peito pra dormir. E aos poucos eu também comecei a regular e negar as mamadas diurnas (pois eu ficava fora, e assim que chegava ele já queria o peito), e então eu negava e tentava distrair com outras coisas, conversava e tals, e aí, por volta dos dois anos as mamadas eram somente para dormir (seja a tarde, seja a noite) e incrivelmente ele começou a dormir por mais tempo, e somente as vezes acordava de madrugava (e mamava pra voltar a dormir).
Comecei a não dar o peito quando ele pedia, mas sim quando eu achava importante.
E me toquei que eu, muitas vezes, socava o peito quando não sabia o que fazer…não buscava alternativas (e nem achava que tinha) e pronto. Me dei conta que não pensava mais sobre o assunto, só dava o peito para ele ficar de boas e eu conseguir fazer minhas coisas (tipo, escrever no pc com o filho grudado era algo bem comum). E resolvi mudar isso. E rolou lindamente. Ficamos assim por uns meses, por volta dos dois anos.

E há pouco menos de dois meses comecei a negar o peito para dormir. E aí comecei a me virar com alternativas…. era colinho, musiquinha, carinho. E a cada dois dias rolava uma mamada, mas era no meu tempo, tipo, mamava um pouco (também para aliviar o peito, que ainda estava produzindo leite) e ia dormir.

Ele teve momentos de choro (meu também), mas senti que era o momento, conversei muito com meu marido, com amigas..e tava decidido. E quando consegui aconteceu algo incrivel e inesperado….ele começou a demonstrar carinho como nunca!
Sabem, ele agora vem pro meu colo e me abraça, me beija…. para dormir ele ouve as canções, escuta historinhas, ganha e pede muito carinho…e tudo isso era feito pelo peito. Só pelo peito. Tipo um ser mesmo. Ele só vinha pro meu colo porque queria mamar e ja grudava no peito. Eu tentava dar carinho para dormir, e ele ja queria a teta. Eu tentava dar ou pedir qualquer carinho, beijinho e abraços, mas era sempre a teta.

E olha, esse carinho é uma delicia ❤ Me senti muito feliz e confiante, tanto nele e sua maturidade, quanto em mim e nas decisões relativas ao desmame que tomei.

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(ah, e preciso comentar que tb rolou o desfralde, quase que junto ao desmame)

Sinto que precisamos falar muito sobre isso, discutir, entender, desabafar, pois acabamos por achar que devemos dar e receber todo o carinho entre mães e filhos através do peito. Só do peito. Pois é bacana a tal da livre demanda, e sim, é gostoso ficar grudadinha “sendo necessária”. E sim, é um ótimo e importante ponto de envolvimento emocional, mas não devemos esquecer que ele não é o único. Assim como nós, mães. Somos um ponto importante para o desenvolvimento emocional, mas não somos o único.

Permitir que outras pessoas cuidem de nossos filhos, permitir outras maneiras de carinho, permitir que nós mesmas possamos ter outros meios de prazer e cuidar, é permitir um passo, é permitir que o amor se espalhe e (ao contrario do achamos e do que dizem) ele se torne mais forte. E é também permitir a tão buscada liberdade, seja para nós, seja para eles .

Liberdade requer muita coragem para assumir nossos passos e assumir que muitas vezes nós é que estamos apegadas.

E quando comentei que chorei, foi por isso…pelo meu apego, em saber que agora ele ja está virando um meninão, que não precisa “só” de mim, das minhas tetas e atenção, que sou , de certa forma, dispensável, que ele já pode “viver” de boas com o auxilio de outras pessoas. É lindo e dificil. Como tudo, né. Pois sei bem o quanto ele ainda precisa de mim, mas a forma está mudando.

É lindo eu poder ir trabalhar, mas é dificil ficar longe da cria.
É lindo ver ele independente, mas é difícil assumir isso para mim, como mãe.
É lindo entender que ser mãe é também aprender sobre liberdade, pois sempre me ensinaram que ser mãe era aprender e se submeter a sofrimento e dependência, que isso é que era amor. Amor de mãe. Mas o que sinto é que amar de verdade é confiar, aceitar e seguir, com muito respeito a nós e aqueles que cuidamos.

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É lindo e dificil. Mas é vida, né. Tudo nasce, morre, nasce….

A Lua Vermelha

Na Antigüidade, o ciclo menstrual da mulher seguia as fases lunares com tanta precisão que a gestação era contada por luas. Com o passar dos tempos, a mulher foi se distanciando dessa sintonia e perdendo, assim, o contato com seu próprio ritmo e seu corpo, fato que teve como conseqüência vários desequilíbrios hormonais, emocionais e psíquicos. Para restabelecer essa sincronicidade natural, tão necessária e salutar, a mulher deve se reconectar à Lua, observando a relação entre as fases lunares e seu ciclo menstrual. Compreendendo o ciclo da Lua e a relação com seu ritmo biológico, a mulher contemporânea poderá cooperar com seu corpo, fluindo com os ciclos naturais, curando seus desequilíbrios e fortalecendo sua psique.
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Para compreender melhor a energia de seu ciclo menstrual, cada mulher deve criar um Diário da Lua Vermelha, anotando no calendário o início de sua menstruação, a fase da lua, suas mudanças de humor, disposição, nível energético, comportamento social e sexual, preferências, sonhos e outras observações que queira.

Para tirar conclusões sobre o padrão de sua Lua Vermelha, faça essas anotações durante pelo menos três meses, preferencialmente por seis. Após esse tempo, compare as anotações mensais e resuma-as, criando, assim, um guia pessoal de seu ciclo menstrual baseado no padrão lunar. Observe a repetição de emoções, sintonias, percepções e sonhos, fato que vai lhe permitir estar mais consciente de suas reações, podendo evitar, prever ou controlar situações desagradáveis ou desgastantes.

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(Réplicas de um útero normal e um útero menstruando)

Do ponto de vista mágico, há dois tipos de ciclos menstruais determinados em função da fase lunar em que ocorre a menstruação. Quando a ovulação coincide com a lua cheia e a menstruação com a Lua Negra (acontece nos três dias que antecedem a lua nova, entendido como o quinto dia da lua minguante), a mulher pertence ao Ciclo da Lua Branca. Como o auge da fertilidade ocorre durante a lua cheia, esse tipo de mulher tem melhores condições energéticas para expressar suas energias criativas e nutridoras por meio da procriação.

Quando a ovulação coincide com a lua negra e a menstruação com a lua cheia, a mulher pertence ao Ciclo da Lua Vermelha. Como o auge da fertilidade ocorre durante a fase escura da lua, há um desvio das energias criativas, que são direcionadas ao desenvolvimento interior, em vez do mundo material. Diferente do tipo Lua Branca, que é considerada a boa mãe, a mulher do Ciclo Lua Vermelha é bruxa, maga ou feiticeira, que sabe usar sua energia sexual para fins mágicos e não somente procriativos.
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Ambos os ciclos são expressões da energia feminina, nenhum deles sendo melhor ou mais correto que o outro. Ao longo de sua vida, a mulher vai oscilar entre os ciclos Branco e Vermelho, em função de seus objetivos, de suas emoções e ambições ou das circunstâncias ambientais e existenciais.

Além de registrar seus ritmos no Diário da Lua Vermelha, a mulher moderna pode reaprender a vivenciar a sacralidade de seu ciclo menstrual. Para isso, é necessário criar e defender um espaço e um tempo dedicado a si mesma. Sem poder seguir o exemplo das suas ancestrais, que se refugiavam nas Tendas Lunares para um tempo de contemplação e oração, a mulher moderna deve respeitar sua vulnerabilidade e sensibilidade aumentadas durante sua lua. Ela pode diminuir seu ritmo, evitando sobrecargas ao se afastar de pessoas e ambientes carregados, não se expondo ou se desgastando emocionalmente, e procurando encontrar meios naturais para diminuir o desconforto, o cansaço, a tensão ou a agitação.

Com determinação e boa vontade, mesmo no corre-corre cotidiano dos afazeres e obrigações, é possível encontrar seu tempo e espaço sagrados para cuidar de sua mente, de seu corpo e de seu espírito. Meditações, banhos de luz lunar, água lunarizada, contato com seu ventre, sintonia com a deusa regente de sua lua natal ou com as deusas lunares, viagens xamânicas com batidas de tambor, visualizações dos animais de poder, uso de florais ou elixires de gemas contribuem para o restabelecimento do padrão lunar rompido e perdido ao longo dos milênios de supremacia masculina e racional.

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O mundo atual – em que a maior parte das mulheres trabalha – ainda tem uma orientação masculina. Para se afastar dessa influência, a mulher moderna deve perscrutar seu interior e encontrar sua verdadeira natureza, refletindo-a em sua interação com o mundo externo.

A história da Primeira Mulher (contada por Miranda Gray)

Na nossa menstruação mora um segredo – o poder criativo de gerar nossos sonhos. Mas só poderemos acessar essa habilidade maravilhosa se descansarmos e sonharmos durante o sangramento lunar. Este mês, prometa a si mesma que vai descansar, para sonhar acordada o seu futuro e honrar essa habilidade criativa maravilhosa do seu interior.

“A Anciã Invernal estava sentada numa grande pedra fumando seu cachimbo.

‘O que a senhora está fazendo?’, perguntou a Primeira Mulher, curiosa, porque a Anciã Invernal não havia se movido da pedra durante toda a manhã.

‘Estou criando’, disse a Anciã Invernal.

‘Oh’, disse a Primeira Mulher, olhando ao redor cheia de expectativa. ‘O que está criando?’

‘Fumaça’, disse a Anciã Invernal, olhando a fumaça que lentamente emergia do cachimbo.

‘Ok então’, disse a Primeira Mulher, hesitante, e começou a afastar-se.

Quando a Primeira Mulher já tinha ido embora, Anciã Invernal disse baixinho: ‘Na fumaça, vejo e crio o futuro’.

Mais tarde, a Primeira Mulher compartilhou esse encontro estranho com a Mãe Lua.

‘Na escuridão do seu Sangramento Lunar’, explicou a Mãe Lua, ‘você tem o poder de criar seus sonhos como a Anciã Invernal’.

Mãe Lua toca o coração da Primeira Mulher.

‘Imagine seus sonhos aqui’, ela disse, ‘abra seu coração e a vibração fluirá através dos fios que mantêm o Universo unido para criar seus sonhos e o seu futuro. Por isso o momento do seu Sangramento Lunar é tão importante. É quando a Anciã Invernal caminha contigo e te leva para a caverna para descansar e sonhar.’

Mãe Lua tocou o ventre da Primeira Mulher.

‘Aqui’, ela disse, ‘você flui com a energia criativa. Você traz suas ideias da escuridão para a luz e, como uma mãe, você as nutre enquanto vão crescendo. Antes de retornar à escuridão para descansar, você as lança ao mundo e assim poderá sonhar de novo.’

A Primeira Mulher sentou o resto da noite com as suas mãos no baixo ventre, olhando a fumaça que emergia da lareira, imaginando o futuro e tecendo seus sonhos.”

Quando respeitamos nossos ciclos com suas energias sexuais e criativas, descobrimos os presentes maravilhosos que eles nos oferecem.

Amor e abraços.

Sobre a dor de parir

Se tem uma pergunta que escuto muito é :
– Mas parir, dói?

Minhas respostas variam muito em palavras, mas sempre enfatizo: -Sim, dói, embora a dor seja relativa.
Pois nascer dói, e vamos ser sinceras, dói de qualquer jeito, se for normal ou se for através de uma cesárea. Dói pois temos que quebrar a casca e brotar. Se a planta não quebra a casquinha, ela nunca vira uma árvore.

A dor da cesárea pode ser sentida por conta de ser uma cirurgia de grande porte, muito invasiva, onde, vamos la:
“Após a anestesia é feita uma incisão. A incisão é horizontal e atinge três planos: a pele, a tela subcutânea, que é a camada de gordura e a fáscia do músculo reto abdominal, que é uma membrana que reveste o músculo. Em seguida, o cirurgia altera a posição de incisão e faz um corte e divulsiona (afasta), os músculos reto abdominal, em sua porção central, local conhecido como linha alba, que é uma fusão de tendões, pouco irrigado, que não sangra, porem que apresenta cicatrização demorada. Vencendo este plano, o cirurgia corta também o peritônio, que reveste os órgão abdominais e visualiza o útero, que é aberto e o bebê, bem como a placenta são removidos.”
O pós operatório é todo sentido, pois a tal “cesárea que não dói” é por você estar cheio de anestesia, mas a anestesia passa. E remédios comuns para a dor são fraquinhos comparados a dor do corte. Até tossir dói.

A dor do parto normal é por conta das contrações, da movimentação pelvica para a descida do bebê e depois da abertura para passagem dele pelo canal vaginal. E depois que nasce, pluft, acabou! Mesmo com lacerações, as dores são bem suaves e melhoram numa média de uma semana.

Mas vamos lá, disso, a maioria já sabe. certo?

O que ninguém fala é que o que dói mesmo é o desrespeito pela mulher em trabalho de parto. é dessa dor que muitas mulheres na média de 40 – 60 (nossas mães) falam.
É a indiferença no olhar. É a frieza do centro obstétrico, que se caracteriza não só pelo ar condicionado, mas principalmente pela maneira como tratam esta mulher. Não estendem a mão sequer para ela poder ir para a maca, imaginem para acolher. Forçam a mulher a ficar numa posição desconfortável por horas a fio, e se ela reclamar, vem uma ameaça logo em seguida. E ameaças não faltam. Ameaças disfarçadas de procedimentos necessários e de sabedoria. Ameaças disfarçadas de profissionalismo:
“Olha, você não está fazendo a força certa, vai querer ficar nessa posição até que horas? Você só vai sair daí quando este bebê nascer, então é melhor começar a colaborar”

“Já não pedi para você segurar no lugar certo? É ali, naquele ganchinho de metal. Você realmente não quer ajudar, ninguém aqui vai parir por você, viu, você está sozinha nessa”

“Vai ficar gritando? Vai sair com a garganta toda doida e não vai conseguir fazer esse bebê nascer”

“Ta tremendo porque?”

“Com esse show todo que você ta dando, agora vai me pedir uma cesárea? Não acredito que você fez tudo isso por nada. Tem até doula e vai pedir uma cesárea. Olha, é pacabá. Bom, é isso que você quer (parturiente chorando e implorando por uma cesárea, com bebê quase coroando)? Então vamos lá, real indicação de cesárea, a paciente pediu.”

Isso é dor. Isso é sofrimento. E isso se chama violência obstétrica. E isso aconteceu em Rio Preto, em São Paulo, em Salvador, em Belém, não importa a cidade, acontece todos os dias, a cada 4 partos um vem recheado dessa mistura. E deve ter acontecido hoje, ontem e vai acontecer amanhã.


Ninguém merece passar por isso. Ninguém. Nem estes mesmos profissionais insensíveis que falaram e fizeram tudo isso.
Que um parto dói, disso ninguém duvida, mas quando é um parto com respeito, com amor e acolhimento, a dor ganha um novo significado, ela faz parte de um processo necessário e consciente dessa mulher.
Quando a mulher passa por isso que descrevi acima a dor também ganha um novo patamar, onde a mulher sente como se tivesse sido abusada, com todos olhando, e por várias pessoas. Onde seu corpo é falho. Onde sua voz é abafada e inútil. Onde qualquer esforço é inútil.

A dor de parir vira trauma.

Aqui um documentário que, apesar do áudio, é maravilhoso:

Não me cansarei de lutar, como mulher, como doula, como mãe.
Não me cansarei de repetir: “busquem uma equipe humanizada”, não fiquem a mercê, não contem com a sorte, não percam seus partos!
Pois seus corpos são saudáveis e gostamos de parir.

Aqui um projeto lindíssimo sobre o assunto:

“Uma em cada quatro mulheres brasileiras que deram a luz em hospitais públicos ou privados relatam algum tipo de agressão durante o parto”. É o que aponta a pesquisa Mulheres Brasileiras nos Espaços Público e Privado, feita pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o SESC, em 2011.

1:4 é um projeto fotográfico que busca materializar as marcas invisíveis deixadas por esse tipo de violência e traz à luz uma reflexão sobre a condição do nascimento no Brasil e as intervenções desnecessárias que ocorrem no momento do parto.

No momento, a produção de fotos para o Projeto está pausada.

Para ver outras imagens produzidas, visite a página do Projeto 1:4 no Facebook, que atualmente é o principal canal de comunicação utilizado pelo Projeto :www.facebook.com/projeto1em4. ”

O amor e suas delicadezas

“Sou mãe sozinha de um bebê de quase 6 meses. Percebi minha necessidade em enquadrar o comportamento dele em alguma das fases típicas do seu desenvolvimento. Não que elas não existam. Acredito sim que existem períodos críticos em que nossos bebês precisam de mais atenção. Mas fui, mais uma vez, no fundo do meu lodo, da minha lama, pra descobrir por que a carência dele me incomodava tanto.

Cresci no meio de exemplos de mulheres que não eram amadas. E que não se deixavam amar. Não podia. Mulher tem que ser forte, até mesmo as crianças, viu Heloisa? Não deve chorar com medo de pesadelo e nem pelo machucado que sangra pele a fora. Aí virei mãe. Tentei reproduzir o padrão já estabelecido e tão arraigado da super mãe que não reclama, que dá conta de tudo (mesmo não dando), que não chora (mesmo chorando no banho, pra confundir lágrima com água, sabe?), que ama a cria 24h por dia, 365 dias no ano, que se doa incansavelmente. Convenhamos: isso existe? Até eu não gosto de mim mesma em determinados momentos da vida! Senti-me culpada por querer estar só, por ter que amamenta-lo, enquanto a minha vontade era sair correndo.

Revoltei-me por ser mulher e ter que me ajustar nesse padrão de que mãe doa amor ao filho e esqueci-me de ver que ele também me ama.

Aquarela de Irene Olid Gonzalez

Me ama quando estende seus bracinhos pedindo colo, me ama quando faz bico pedindo colo, me ama quando vira os olhinhos como quem diz: “esse leite é gostoso demais, mãe!”, me ama quando acorda escancarando um sorriso que ilumina mais que o Sol. Ele me alimenta do mais puro amor. Ele me dá colo. Enxuga minhas lágrimas quando me vê chorando. Eu me abri pro amor.

Deixei pra trás a carga carregada pelas minhas ancestrais. Ficou lá no passado.
Eu também mereço ser amada. E você também.”


Texto pela querida Isa Rebello

Sobre nossa menstruação

Mais amor ao nosso corpo, aos nossos ciclos, à nossa sacralidade ❤

6 fatos incríveis que você não sabia sobre sua própria menstruação:
1) o sangue purifica: o ciclo menstrual renova os tecidos uterinos, eliminando energias que não nos servem mais. o útero se contorce, expulsando mágoas, tristezas e impurezas. é uma oportunidade para que todo o nosso corpo e alma também se regenerem, avaliando nossas próprias necessidades e o que devemos deixar ir com o sangue sagrado.

no nível físico, a menstruação age como uma proteção ao aparelho reprodutor feminino, deixando-o mais forte devido aos estrogênios naturais e demais hormônios.

2) é uma grande lição sobre a morte: a menstruação, ou seja, o despedir-se da semente não germinada, é uma pequena morte. a energia é, realmente, de perda – por isso muitas de nós ficamos mais frágeis e sensibilizadas durante o período. no entanto, é um ritual bonito, que deve ser encarado com leveza. ao menstruarmos, compreendemos profundamente os ciclos de vida e morte, sendo mesmo responsáveis por esse ciclo – como as deusas que somos.

3) é poderosa: quando menstruadas, ficamos mais intuitivas, sensitivas e conectadas às deusas. era através deste “estado alterado” de consciência que, na antiguidade, xamãs, bruxas, sacerdotisas e curandeiras recebiam suas respostas de luz, pois a conexão com o divino fica extremamente fortalecida.

4) é altamente nutritivo: plantinhas ficam felizes quando regadas com o sangue menstrual, pois é fertilizante. o ideal é que se use um copinho menstrual e, diariamente, despeje o sangue nele contido em um jarro. depois é só completar com água e alimentar suas plantinhas. explico: o sangue menstrual contém três nutrientes importantes para as plantas – fósforo, potássio e nitrogênio. essa tríade é essencial para que os vegetais cresçam fortes e sobrevivam às intempéries. o nitrogênio auxilia no crescimento das plantas, deixando-as verdinhas e bem vivas.

5) a abertura e desejo sexual aumentam: quando menstruadas, muitas mulheres atingem o ápice do seu tesão. o que é incrível, pois durante esse período estamos muito mais perceptivas, conectadas ao nosso instinto selvagem e extremamente receptivas.. a experiência de partilhar esse momento, de uma energia TÃO intensa, com outra pessoa é única e maravilhosa. recomendo!

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6) nosso ciclo se conecta com os ciclos lunares: como somos cíclicas, nada mais natural que sejamos conectadas com a energia mais cíclica e feminina da terra: a lunar.

os dois ciclos lunares/femininos são:

ciclo da lua branca: mulheres que ovulam durante a lua cheia e menstruam na lua negra. criatividade direcionada ao mundo exterior.

ciclo da lua vermelha: mulheres que ovulam durante a lua negra e menstruam na lua cheia. criatividade voltada ao mundo interior.

O primeiro mês

Hoje eu vou tentar descrever um pouco sobre o primeiro mês de nascimento do meu segundo filho, o Aldebaran. Este post era para ter sido publicado lá em julho de 2013, mas, depois de ler o texto, você vai entender porque ele só foi terminado e publicado hoje.
Ele nasceu de parto domiciliar, no dia 14 de Maio/2013, se quiser, leia o relato aqui:

Achei interessante escrever sobre este primeiro mês pois, assim como várias outras coisas que envolvem o universo da maternagem, a maioria das mulheres não fala sobre isso, a sociedade finge que entende, e quem ta passando pelo momento se sente a mais desprezível e incompreendida criatura. Saiba que, você, que está nos primeiros meses de nascimento de seu bebê, não está sozinha. Somos uma legião de solitárias surtadas.

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Só para esclarecer, nesta gravidez e parto, eu estive muito mais ativa, empoderada (com o poder) de meu corpo e aberta ao aprofundamento de sentimentos, o que, eu imagino, tenha permitido que eu entrasse em contato com esse “outro” lado da maternagem. E ter tido um parto normal, onde a recuperação é a jato, fez com que eu me sentisse mais deslocada ainda. Vou explicar melhor.

Quando um bebê nasce, mesmo que seja o segundo, o primeiro, o décimo, nasce também uma nova mãe. O processo é longo e se repete a cada gravidez, você engravida e vai descendo pro fundo do oceano de emoções e mistérios. Quando você chega ao ponto máximo de profundidade, onde tudo está obscuro, tudo é lento, simbólico e denso ele nasce. E conforme os meses vão passando, você vai subindo de volta à superfície. Mas veja bem, você foi bem fundo, pra voltar é um longo e escuro caminho, não ache que vai ser fácil ou rápido. Talvez se falássemos sobre isso, se fôssemos preparadas e respeitadas neste momento, talvez ( eu disse talvez) o momento fosse mais tranquilo. Mas não é. Aquela ansiedade pro nascimento do bebê envolvia muito mais do que o simples “quero muito ver a carinha dele”, envolvia uma vontade de ter seu corpo de volta, de ter suas atividades recuperadas, de ter uma rotina “normal”, de poder andar um dia todo e não se sentir como se tivesse feito uma maratona de São Silvestre, de poder se sentir atraente e gostosa novamente, enfim, sabemos, mesmo que no fundo, que a gravidez, por mais linda e mágica que seja, cansa. Até a mais saudável das grávidas. E não tem nada de errado nisso.

Bom, aí o bebê nasce, e você sente aquele alívio, a rotina muda mas… a gravidez meio que continua (para o nosso desespero), pois embora o cordão umbilical físico tenha sido cortado, o emocional e simbólico está a todo o vapor. Isso sem falar na loucura hormonal.  Ainda mais se você, assim como eu, não mora com familiares (aqui em casa sou eu, meu marido e minha filha), está amamentando em livre demanda, faz cama compartilhada, é “adepta” da criação com apego, tem gato, cachorro, trabalha em casa e por conta, etc.

Você se adequa ao ritmo do pequeno, tenta entender seu choro, tenta acalmá-lo, tenta comer, tenta se acalmar, tenta tomar banho, tenta, tenta, tenta… e parece que tá tudo errado. Isso sem falar no básico, que é dormir conforme o sono do bebê , ou seja, picadinho. Tem noites que ele dorme 3h, outras 4h, outras nada. E sempre comentam: ah, aproveita quando ele estiver dormindo durante o dia e dorme também. Mas gente, eu já não estou aproveitando nada, e ainda vou dormir quando ele dorme, durante o dia? Eu quero conversar, ver um filme, comer, tomar banho…tem tanta coisa.

Mas o sono bate, e muitas vezes eu vou MESMO dormir com ele em horários nada convencionais. E ai você percebe que não tem mais momentos de “não-mãe”. Aí você pensa que é assim mesmo, uai, você vai SIM ser mãe pro resto da vida, mas nestes primeiros meses, é diferente. E essa é outra coisa que nunca nos disseram: – Você também está engatinhando. Aprendendo a lidar com essa nova vida, a sua e a dele. E sabe como tudo isso vai se resolver? Com o nosso amigo, o Tempo .
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O tempo nos ensina a entender os choros, a saber quando devemos ouvir nossa intuição, quando devemos calar pensamentos, quando simplesmente aceitamos que não somos donas da verdade e que sim, as vezes erramos, as vezes acertamos, mas sempre abertas a aprender.

E temos também um outro aliado nesse momento, aquele tímido na nossa sociedade: O Colo. E não digo qualquer colo não, estou falando daquele colo que não julga, que ouve, que acolhe, que aquece e enche nosso olhar de esperança. Esse colo eu aprendi dando. Aprendi o quanto dá-lo, sem dó nem piedade, salva dias, olhares e famílias. Aprendi até a recebê-lo. Pois parece muito fácil “receber colo”, mas lhe digo, não fomos ensinados a isso, e acredito que seja muito, mas muito difícil mesmo nos abrirmos a tal ponto de receber um colo. Mais do que ofertar. E ter aprendido a receber um chamego em forma de palavras foi o que salvou minha maternidade, e salva até hoje.

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Me re-unir a outras mães, que assim como eu, recebem e dão colo, conversam por horas a fio sobre um assunto sem fim, ficam escrevendo palavras carinhosas pelo teclado ridiculo de um smartphone, deixam o tempo livre de mãe para ir na tua casa levar um bolo,  que te dizem:
-me telefona, por favor
e você responde:
-mas eu vou ficar só chorando ao telefone

e ela responde um belo:
-tudo bem, liga mesmo assim.

Também aprendi a criar com o tempo que tenho. Sim, criar, seja cuidar de uma hortinha no quintal, seja fazer bolo, ou bichinhos de feltro para dar para alguém. Me ocupar com atividades criativas e que eu posso, efetivamente, fazer, me trouxe muita satisfação e tranquilizou minha gana por “precisar fazer algo”. A arte me chamou de volta, e quando tenho um tempinho, faço algo. Mas nada com controle de tempo, qualidade ou quantidade. Tudo livre e solto. Faço na hora que rola e pronto.

E sabem do que mais, não nos preparamos como deveria para estes momentos. Somos jogadas num abismo emocional, e muitas vezes sozinhas, mas ninguém nos ensinou na escola a sermos mães, a lidarmos com esse escuro, a ativarmos nossas intuições e lidar com o selvagem, pois é ele quem se apresenta. Me vejo leoa amamentando um leãozinho, mas meio perdida, do tipo “uau, sou um ser selvagem? O que faz essa garra aqui? Nossa, é afiadinha!”. Raramente nos guiam naturalmente por esses caminhos, aí o que acontece? Nos perdemos, claro. Mas até isso, faz parte. Garanto que com minha filha já não será assim. Saí do torpor do senso comum e resolvi enfrentar a tempestade sem guarda-chuva, e surpresa, é uma delicia, mas assusta no começo.

É assim que caminhamos neste momento de nossas vidas. E cá entre nós, estou amando.
(na foto, eu e meus filhos num dia qualquer que conseguimos sair e ir à cachoeira)

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Corpo

“Escuta, o seu corpo não é um templo. Templos podem ser destruídos e profanados. O seu corpo é uma floresta – densas copas de árvores de bordo e flores silvestres de perfume doce brotando na relva. Você vai voltar a crescer, de novo e de novo, não importa o quanto você seja devastada.”corpo

Relato de Parto Domiciliar Isa e Gael

“EI, VC, JÁ LEU UM RELATO DE PARTO?
Dia 18 de julho de 2014. Eu sabia que aconteceria nesta data, na virada da lua minguante. Todo dia de manhã olhava a folhinha do calendário e contava quantos dias ainda faltava pra encontrar o Gael. A espera pelo nascimento mais parecia a ansiedade que eu sentia quando estava interessada em um cara: “Será que é hoje que vai acontece algo? Será que vai me ligar?”
Pois bem. Na noite anterior, três bruxinhas (Nath, Talita e Sophie) fizemos meu chá de bênçãos. Uma noite nem quente e nem fria, com fogueira, elementais, incensos, urucum e orixás. De fundo, uma música que me dizia: “Siente que el momiento llegas.” Eu sentia. Fui pra casa me sentindo plena e com algumas dores. Eu já estava nos pródomos fazia uns dias, então nem dei muita bola. Deitei com eles, Gael e a dor.
Sete horas da manhã do dia 18 de julho. Era pra ser mais um xixi matinal mas aquele veio acompanhado do meu tampão mucoso. Deu-me um aperto no coração! Olhei pra barriga e disse: “Chegou a hora, Gael. Vamos nos despedir da barriga, pois logo você estará aqui fora comigo.” E assim foi. As dores da noite passada haviam progredido. Comecei a contar o intervalo entre as “cólicas”. 3 em 3 minutos. Entrei em contato com a parteira-amiga Lucélia, que logo apareceu em casa. Engraçado que por mais que eu tivesse certeza de que aquilo era o início do meu trabalho de parto, algo não me deixava acreditar que, de fato, era. Poderia muito bem serem só os pródromos. Acho que foi por isso que eu não quis acreditar 100%.
A Lu achou melhor ir pra casa, pegar o restante do aparato e voltar aqui pra casa. Enquanto isso fiquei sozinha com a dor, me conectando com meu corpo e sentindo todo aquele movimento uterino. Sabe-se lá como consegui fazer um bolo, pra deixar pro pessoal comer durante o TP (o famoso bolo sabor contrações…rs). Enquanto isso, avisei as amigas-doulas Nath e Talita, e o amigo Samuel, quem faria a filmagem do parto.
As dores. Ahh, as dores!!! Se não fossem as paredes de casa pra me apoiarem. Comecei a ver qual a real das vocalizaçãoes. Todo mundo dizia que ajudava, que era importante. Tentei e achei estranho, bobo. Mal eu sabia que horas mais tarde eu estaria uivando no apartamento.
Lu voltou e logo chegou a outra parteira. Talita apareceu aqui com uma caixa de comidas. Minha cabeça não conseguia assimilar o que estava acontecendo. E no meio de um pensamento e outro, mais dores. Resolvi ir pro banho, pelando! A água quente mais parecia um afago de mãe, de tão confortante. Lu me vestiu: “Você precisa ficar bem quentinha, Isa. Parto é fogo, é calor.”
A piscina começou a ser cheia. Eis aí meu primeiro drama: o barulho, a movimentação que foi encher a piscina. Sempre me considerei uma pessoa tolerante mas naquele momento, eu queria apertar o MUDO do apartamento. Eu gemia de dor. Não queria barulho nenhum. Queria atenção silenciosa. Só isso.
Mesmo sem conseguir racionalizar a situação, minha intuição me dizia: “Você precisa se alimentar, comer bem.” Era sinal de que meu corpo precisava de energia para as horas que viriam pela frente. Comi legumes cozidos. Parava de mastigar a cada 3 minutos por conta das dores. Como me incomodavam! O lado bom das dores eram as massagens que eu recebia a todo momento.
Houve uma hora em que as contrações deram uma espaçada. Resolvi deitar um pouco e descansar. Doce ilusão! Ficar deitada durante as contrações mais parecia tortura chinesa (rs)!
Por volta das 15h a Nath chegou. Não lembro se nesse momento o Samuel já estava aqui mas acho que não. E assim seguiram as próximas horas: dores, massagens, uma conversa aqui, outra ali. Por falar em conversa paralela, isso também me incomodou. Eu havia escrito no meu Plano de Parto que queria silêncio, sem celular e tal. Não foi o que aconteceu.
Por volta das 17h eu senti que o parto iria engrenar. Na penumbra da sala e com minha playlist de Daime e Ayahuasca, minha preta velha chegou, na sua força e energia, de emocionar os mais sensitivos e sensíveis seres que ali estavam. Pra mim, foi o divisor de águas. A partir dali, tudo começaria. Eu já predizia que o Gael nasceria durante a noite e assim começamos a caminhada.
Eu leoa, loba, comecei a sair da toca. Uivos, gemidos de dor. A cada contração que passava eu dizia: “Menos uma.” Lembro-me de ter pedido silêncio. Vinha da cozinha um barulho insuportável. Neste momento de total conexão com meu corpo, eu não queria nada além de ouvir o som e ficar quietinha. Mas tantas vezes vieram falar comigo durante as contrações. Poxa, como aquilo incomodava! Meu corpo se esquivava das vozes.
Resolvi tentar a piscina. A noite tava fria, a água, morna. Minha vontade era de ficar em frente ao aquecedor e não sair mais dali. A sensação de estar na água dava outro sentido às contrações, que ficaram um pouco mais suportáveis. A cada dor, eu abraçava a Nath, a Lu. Era como se eu dissesse: “Não me deixe aqui sozinha, por favor.” Eu tinha a necessidade de saber se o TP estava evoluindo. Perguntava, constantemente, quantos centímetros já havia dilatado. Não lembro mais a evolução da dilatação ao longo do tempo, o que sei é que a linha púrpura me salvou de alguns toques (não todos, infelizmente).
Lembro que a equipe me pedia, de tempos em tempos, pra mudar de posição, pra ir pro chuveiro, pra bola, pra banqueta. Mas ali, no cantinho da piscina, eu estava num trabalho árduo. Só eu sei quanta energia eu coloquei ali. Resolvi tantas coisas com o Gael, com meus mentores espirituais. A tarefa era perdoar. Meu filho estava vindo pra me ensinar o perdão e, enquanto eu não me perdoasse e não pedisse perdão à ele, ele não nasceria. Eu tinha consciência disso. Por isso, pouco me importava se a bolsa estava íntegra, se eu estava de cócoras na piscina, quicando na bola ou de pé fazendo a dança pro bebê encaixar. Era isso o que eu queria, que fosse naturalmente um processo não só de nascimento do Gael , mas também da minha morte. Sentir-me morrendo foi uma experiência única. Em muitos momentos era como se eu estivesse sumindo. E acho que muitas vezes eu sumi da sala e de mim mesma. Mas tiveram momentos também em que eu senti prazer naquela dor. Lembro-me de ter dado umas risadas durante as contrações.
Da piscina eu fui pro chuveiro, dancei com a Nath, fui pra cama, voltei pra piscina e depois pra banqueta e depois pra bola. Ahh! Não gosto de lembrar dessa movimentação toda. Fizeram uma manobra de chacoalhar a minha barriga, pra ver se o Gael descia. E, poxa, que coisa mais incômoda!
Daí veio a questão: romper ou não a bolsa (sim, ela ainda estava íntegra). Tudo o que eu não queria era ouvir essas opções (ponto colocado no Plano de Parto). Se fosse pra nascer empelicado, lindo! Eu não estava com pressa, apesar de reclamar tanto da dor. Eu não queria alternativas. Queria apenas que acolhessem a minha dor, que me exaltassem, que dissessem: “Isa, estamos com você e você vai conseguir.” Mas o que eu ouvia: “Se estourarmos a bolsa, o Gael desce e nasce mais rápido.” Esquivei-me dessas palavras até onde consegui mas a exaustão física me fez ceder. “Então, rompam a bolsa.” Foram duas tentativas… frustradas. Não conseguiam rompê-la. A cada tentativa era mais dor e incômodo que eu sentia e saber que ela não havia sido rompida me deixava furiosa e impaciente. Pedi que não tentassem mais.
E eu fiquei ali, na piscina, por mais um tempo. Ganhei açaí na boca, né Talita? Lembro de observar em volta da piscina e ver os olhares mais lindos vindo em minha direção. No intervalo de uma contração a pessoa que menos entendia de trabalho de parto (Samuel) pegou minha mão e fez um carinho. Que coisa linda! Era de gestos simples como este que eu precisava. Nada além.
Quantas vezes pedi ao meu corpo um pouco de descanso. E ele atendia. Dava-me uns 6 minutos de trégua, momento em que eu até cochilava. Mas depois vinham duas contrações na sequência e eu uivava. Lindo foi, em determinados momento, ouvir um coro das minhas vocalizações. Talita e Nath me acompanhavam. Era tão gostoso parir com elas!
E mais uma vez a questão da bolsa veio à tona. Ela foi rompida e eu senti uma pressão no ventre. Sentia o Gael vindo. Neste momento acho que eu já estava no expulsivo. Dizem que fiquei neste período durante 2h. Ele já havia passado do osso da pelve e estacionou por ali. Levaram-me pro chuveiro e depois pra cama. Encanei que era o cocô que estava impedindo do Gael nascer. Recebi muita massagem; consegui fazer um pouquinho de cocô e voltei pra piscina. Era chegada a hora.
Fiquei de joelhos, apoiada no colo da Lu. Incrível como nesta hora o corpo sabe o que fazer. Coloquei em prática a respiração que aprendi durante a gravidez. Eu fazia força na hora certa: durante as contrações. Até o tom da minha vocalização estava diferente. Ele estava vindo. Eu colocava a mão na vagina e sentia os cabelinhos dele, dançando na água. A cada contração eu sentia a cabeça do Gael empurrando a parede do meu canal. Que coisa mais linda! A cabeça vinha e voltava, massageando meu períneo. A força vinha de dentro. Nós dois ali, trabalhando um pelo outro, numa simbiose de amor. Estávamos os dois em estado de meditação, totalmente presentes naquele momento, vivendo para o mesmo propósito: nascer com Amor.
E num uivo eis que saiu a cabeça do caboclo. E logo, o seu corpo todo. Posso viver mil anos que vou sempre lembrar aquela sensação. Peguei minha cria nos braços. É claro que era você, só podia ser você, Gael, com essa carinha, esse bico, essa perfeição! O corpo coberto por vérnix grudou no meu e chorou, me dando as boas vindas. Nosso choro podia ser traduzido por palavras de gratidão. Graças à ele, eu vivi as melhores horas da minha vida.

Parto Isa e Gael
Eu poderia parar o relato aqui mas há a outra parte, importante ser dita também. Tiraram-nos da piscina e fomos pra cama. Que frio eu senti! Meu corpo todo tremia. A exaustão das 17h de trabalho de parto havia culminado naquele momento. Eu mal conseguia falar. E vinha mais contrações, agora pra expulsar a placenta. Mexiam no cordão e aquilo doía demais. Precisei pedir pra parar de mexer umas 3x.
E quanto à laceração? De início não souberam avaliar se a laceração havia atingido a uretra. O Gael nasceu com a mão na cabeça e com distócia de ombro, o que causou a laceração. Esse impasse, de não saber o que havia acontecido comigo “lá embaixo”, foi me apavorando e eu não conseguia nem curtir o momento. Eu imaginava que, após o nascimento, eu teria um tempo gostoso pra ficar admirando o Gael. Mas não foi tranquilo assim. E entre esse “lacerou o que”, eu pedia pra me levarem pro hospital. Eu ligava pro meu GO (Paulo Fasanelli) e nada! Não me atendia. Quanta aflição! Ir pro hospital com o Gael? Sem o Gael?
Achei melhor ir sozinha. Tive medo de internarem meu bebê e fazerem todos os protocolos médicos que eu tanto tinha lutado pra evitar. Que dor no coração deixá-lo aqui. Ele ficou com a Nath e a Talita. Uma coisa que eu não pensei na hora e que agora vejo que não foi legal foi o fato de não ter ficado uma enfermeira aqui, caso acontecesse algo com o Gael. Na hora a única coisa que eu pensava é que eu não estaria do lado dele, pra sentir meu cheiro, pra procurar o peito e mamar. Isso doeu em mim.
O percurso de casa até o hospital durou uma eternidade! Tenho a impressão de ter ficado fora de casa umas 5h mas na verdade foram 2h. Primeiramente, fui atendida pelo plantonista. Se há pessoas desumanizadas, tenho certeza que ele é uma delas. Mas por sorte conseguiram contatar o meu GO, que fez a sutura com todo cuidado do mundo. Foram 6 pontos, localizados dentro da vagina, no períneo e na região anal.
Voltei pra casa e peguei meu pacotinho de gente. Todo embrulhadinho e aquecido no amor (e na teta da Talita) das minhas queridas! Tomei banho e depois comi um pouco. Eu estava exausta! A equipe ficou aqui para organizar a casa, esvaziar a piscina…
E o que eu tanto havia esperado estava ali no meu colo, gemendo e respirando. O grande encontro aconteceu, do qual não voltarei a ser a mesma.
Eu agradeço, do fundo do coração, por cada detalhe que aconteceu, principalmente os que não gostei. Foram eles que fizeram deste parto um momento mágico, não só pra mim mas acredito que pra todos que estavam presentes (e conectados). Acredito que até as energias que quiseram atrapalhar, no fundo, só ajudaram. Agradeço por cada abraço, cada olhar de ternura. As massagens, o respeito, o colo que vocês nos deram. Hoje fica o sentimento de gratidão. Frustração? Não tem nem como sentir isso. Eu pari, do jeito que eu e ele escolhemos.”

Aqui o video , feito pela Cinemacaco

Relato escrito por Isa que gentilmente cedeu o conteúdo para o Blog.
Gratidão irmã, sempre juntas ❤

Sobre meu corpo de mãe

Estes dias fui convidada pela querida Ilze Ferreira (fotógrafa) para participar do seu projeto fotográfico “Mulheres Maternas do Interior”, onde através de ensaios de nu ela traz à tona um discussão muito válida: -como é nossa relação com nosso corpo pós gravidez?
Eu adorei posar para ela e estou aguardando ansiosa pelos outros ensaios e exposições, torcendo aqui para que seja um sucesso, pois acredito que temos que romper estereótipos, preconceitos e medos. Que sejamos felizes e lindas, mães, magras, gordas ou filhas.
Aqui algumas fotos (onde poso com meus 2 filhos), e meu relato:

“Como mulheres, somos ensinadas a sermos minúsculas. A ter corpos pequenos, a nunca sermos imponentes. O ideal de nosso gênero é [sermos] magras e infantis, sem pelos e delicadas. Somos definidas por nossos corpos; definidas pelo controle que temos sobre eles. Somos ensinadas a sermos obcecadas com nossas fisicalidades e repulsivas por nossos desejos e inteligências. Somos ensinadas a andarmos com medo nas ruas tarde da noite. Seguramos nossas chaves entre nossos dedos perfeitamente cuidados, andando graciosamente como um bebê antílope numa horda de leões. [Somos ensinadas] que nossa virgindade define nosso caráter. Que sou uma vadia frígida se não trepar com ele, e uma puta suja se o fizer.”
— Michelle K., “The Truth About Growing Up A Woman” (tradução livre)

Nathalie Gingold: – Esta citação vem de encontro com o que sinto hoje em dia em relação ao meu corpo. Sinto ele cada vez mais livre de qualquer padrão, de qualquer marca ou insinuação.
Sempre me disseram “como” o corpo de uma mãe devia ser, como devia se parecer, como era o certo, como era o errado; Até a maneira de se vestir de uma mãe me ensinaram. E ai eu fui lá e tive meus filhos, meus dois filhos, frutos de paixão, frutos de mudanças e em cada um, uma barreira rompida. Minha primeira filha, a Sophia, foi retirada de mim através de uma cirurgia abdominal, sem necessidade (diga-se de passagem), mas que, na época eu acreditava ser o melhor. A dor foi muito além dos músculos que me foram cortados, fui cortada da possibilidade de parir minha cria, de dar a luz, pois, apesar de parecer radical, cesárea pra mim não é parto, é cirurgia. E, se ainda fosse necessária a dor ficaria restrita à cicatriz. Mas não foi. E eu me reergui, cheguei ao fundo da dor que sentia e comecei a subir, e cada vez mais, aprender sobre meu corpo, sobre o parto, sobre essa forma cheia de curvas, pelos, gordura, ossos, hormônios e calor. Meu segundo filho seria parido por mim, acolhido com amor na hora do nascimento, e a determinação de aprender sobre esse ritual tão secreto chamado parto me fez ter meu pequeno em casa. E foi mágico. Na verdade, creio que superei não só a dor da cirurgia, superei a mim mesma, superei as expectativas de uma sociedade inteira que sempre me disse: – você não aguenta, você é fraca, você é feia, você é estranha, você não entende nada do teu corpo, você tem medo, você não tem o corpo perfeito, você precisa ser igual. Superei esses conceitos e fui atrás de aprender a olhar para mim mesma, com olhos sinceros e amorosos. Com carinho acolhi não só a meus filhos, acolhi a mim mesma; me abracei, me acariciei, me deixei livre.
Hoje, sou o que sou. Ora corpo, ora alma. Sempre em frente. Muito orgulhosa de ser quem sou, de ter o corpo que tenho, de ter filhos, de ter prazer, de ser eu, assim, sem mais.
Venho para desconstruir a ideia de que “temos” que ser alguma maneira que não a nossa.

Obrigada Ilze, pela oportunidade de participar desta transformação, é de mulheres como você que o mundo precisa. Mulheres que seguem, que mesmo com dor, mesmo calejadas, se erguem e dão a mão àquelas que estão ao lado.
Irmãzinha Ilze, gratidão querida..

“O remédio está em obter cuidados de mãe para nossa própria mãe interna. Isso se obtém com mulheres reais no mundo objetivo que sejam mais velhas, mais sábias e que, de preferência, tenham sido temperadas como o aço. Elas se tornaram calejadas por terem passado por tudo o que passaram. Independente do custo, mesmo agora, seus olhos vêem, seus ouvidos ouvem, suas línguas falam, e elas são gentis.
(…) Nossos relacionamentos com las todas madres, as muitas mães, serão com maior probabilidade relacionamentos permanentes, pois nunca passamos da idade de necessitar de orientação e conselho, e isso também não deveria ocorrer, a partir do ponto de vista da profunda vida criativa das mulheres.
Os relacionamentos entre mulheres, sejam elas da mesma família de sangue ou almas gêmeas, seja o relacionamento entre analista e analisando, entre mestre e aprendiz, ou entre espíritos afins, são todos relacionamentos de afinidade da maior importância.”

Clarissa Pinkola Estes (do livro “mulheres que correm com os lobos”)

 

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Nosso corpo e meus devaneios

Se tem um tema que tem batido muito esses últimos meses é sobre o nosso corpo. Mais exatamente a quem de fato ele pertence.
Digo isso pois o tema tem se estendido desde uma conversa sobre gravidez ativa, pêlos, marcas de cesárea, slushaming, beleza, um documentário sobre a felicidade (“Eu maior”), a violência obstétrica, o nu até a volta do meu projeto “Musas de Si” (que para quem não conhece, fala sobre a ideia de ter como padrão de beleza nós mesmas, para sermos nossas próprias musas inspiradoras. Aqui um link falando mais: https://agrandegaia.wordpress.com/2011/05/25/musas-de-si/ ).

A quem, afinal, pertence o nosso corpo? Martela, martela e martela minha cabeça. Naquela sensação que diz : – Vai logo, faz alguma coisa!
Martela pela dor que vejo transpirando das pessoas. Martela a distorção de valores por coisas simples. Martela por ver mulheres se suicidando por ter mostrado sua sexualidade. Martela a beleza escondida por dietas, roupas e ilusões. Martela a sensação de paralisia, impotencia e silêncio por uma cesárea forçada. Martela a hiper sexualização das crianças. Martela o fato de eu ser um ser desperto, de entender que se sinto e posso fazer algo para ajudar e mudar essa realidade, pois então eu devo fazer. Não por mim. Não por um ideal. Mas por fazer parte. Por empatia em seu mais puro sentido. Eu também sou você que sofre.Image

Algo está sendo gerado aqui, e o nosso corpo será ouvido.

na contramão

Contranarciso

em mim

eu vejo o outro

e outro

e outro

enfim dezenas

trens passando

vagões cheios de gente

centenas

o outro

que há em mim

é você

você

e você

assim como

eu estou em você

eu estou nele

em nós

e só quando

estamos em nós

estamos em paz

mesmo que estejamos a sós”

Paulo Leminsky
Imagem

Obrigada irmã de alma, Lucy in the sky, doida de pedra, menina linda que veio roubar a loucura e a beleza do mundo. ❤

Para mamãe recém-nascidas

Alguns links bacanas para quem acabou de ter um bebezinho (por Adele Doula )

– A Fusão Emocional | por Laura Gutman:http://bibliografiadadoula.wordpress.com/2013/03/26/a-fusao-emocional-por-laura-gutman/

– A Amamentação:http://adeledoula.blogspot.com.br/2012/06/amamentacao.html

– Vídeo: a pega: http://bibliografiadadoula.wordpress.com/2013/01/08/video-latching-on-tips-for-breastfeeding/

– Amamentação em Livre Demanda: o que é realmente?http://bibliografiadadoula.wordpress.com/2012/12/06/amamentacao-em-livre-demanda-o-que-e-realmente/

Foto por Sarah Photography http://capturedbysarah.com/
Foto por Sarah Photography
http://capturedbysarah.com/

 

– Tem mesmo pouco leite? Baixo peso? NAN é a solução?http://bibliografiadadoula.wordpress.com/2013/08/29/tem-mesmo-pouco-leite-baixo-peso-nan-e-a-solucao/

– Lugar de recém-nascido é no peito!http://bibliografiadadoula.wordpress.com/2013/06/14/lugar-de-recem-nascido-e-no-peito/

– Evolução, extero-gestação e como sobreviver aos 3 primeiros meses do bebê: http://bibliografiadadoula.wordpress.com/2013/04/25/evolucao-exterogestacao-e-como-sobreviver-aos-primeiros-tres-meses/

– Teoria da extero-gestação para bebês novinhos:http://www.facebook.com/notes/solu%C3%A7%C3%B5es-para-noites-sem-choro/teoria-da-extero-gesta%C3%A7%C3%A3o-para-beb%C3%AAs-novinhos/224031814287902

– Teoria da extero-gestação, angústia da separação e criação com apego:http://bibliografiadadoula.wordpress.com/2012/12/20/teoria-da-extero-gestacao-angustia-da-separacao-e-criacao-com-apego/

– Porque o bebê chora quando a mãe sai do quarto? | por Carlos Gonzalez:http://bibliografiadadoula.wordpress.com/2013/03/03/por-que-o-bebe-chora-quando-a-mae-sai-do-quarto-por-carlos-gonzalez/

– Fases de crescimento e desenvolvimento que modificam o sono do bebê e da criança: http://guiadobebe.uol.com.br/fases-de-crescimento-e-desenvolvimento-que-modificam-o-sono-do-bebe-e-da-crianca/

– 8 fatos sobre o sono dos bebês que todo pai e toda mãe deveriam saber:http://bibliografiadadoula.wordpress.com/2013/08/27/8-fatos-sobre-o-sono-dos-bebes-que-todo-pai-e-toda-mae-deveriam-saber/

– O efeito vulcânico – por que o sono inadequado durante o dia, falta de sonecas ou sonecas curtas resulta em extrema irritação e luta contra o sono?: http://guiadobebe.uol.com.br/o-efeito-vulcanico-por-que-sono-inadequado-durante-o-dia-falta-de-sonecas-ou-sonecas-curtas-resulta-em-extrema-irritacao-e-luta-contra-o-sono/

– Chupeta: o que toda mãe (e pai) deveria saber:http://www.cientistaqueviroumae.com.br/2012/09/chupeta-o-que-toda-mae-e-pai-deveria.html

– Higiene com (ou sem) fraldas – Elimination-Communication:http://bibliografiadadoula.wordpress.com/2013/09/03/higiene-sem-ou-com-fraldas-elimination-communication/

*Se tiver outro texto legal para recomendar, por favor, coloque-o nos comentários!

Musas is back

O projeto “Musas de Si” foi idealizado por mim, Nathalie Gingold, no ano de 2010 e inicialmente fiz 20 ensaios, três exposições e ganhei um prêmio municipal de incentivo à cultura (Nelson Seixas – S.J. RIo Preto,SP). Queria fazer um livro, e andar por ai com a expo, mas, após vários meses e mudanças na vida, me dei conta que este projeto é “eterno” e resolvi retomá-lo, discuti-lo, literalmente colocar a boca no trombone.

É isso. Fiz um Tumblr que vem para trazer os ensaios à tona, à todas e todos que queiram ler e participar, e também a quem quiser incentivar o projeto, divulgando-o e abrindo espaços para a exposição do mesmo em várias localidades.
Aqui meu e-mail para contato: nathgingold@gmail.com
Aqui no blog eu ja tinha falado no musas, aqui.

Abraços de musa!
(na foto a musa Beatriz)

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Devaneios de um momento em que não estou pensando em nada além de mim mesma

Mas que título comprido, você lê e pensa. Sim, o título é comprido mas não sei o quanto o texto o será. Pois eu não tenho mais controle do meu tempo “sem pensar em nada” e ao mesmo tempo, só tenho feito uma coisa : -cuidado do meu filho, o Deba, de 4 meses.

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É meu segundo filho e por conta das lendas acerca da maternidade a gente acha que vai ser mais fácil que o primeiro e tals. Não que seja mais difícil, mas sinto que as dificuldades só mudaram de nome. Mas a palavra que busco é outra. Não é “difícil” mas talvez, complicada.

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Na verdade, posso estar sendo injusta, a maternagem é, por si só, um mergulho no obscuro mundo da solitude meditativa, onde o objetivo principal é cuidar da cria e aprender sobre a linguagem misteriosa dos bebês. Da pra fazer diferente, claro, hoje em dia sempre dá, é só se isolar desses primeiros meses. Eu podia ter dado a mamadeira de plástico cheia de leite sintético (ou de vaca, coitada) , colocado ele pra dormir sozinho no berço e chorar por horas a fio, contratar uma babá ou pedir pra alguma tia ou minha mãe cuidar, ou qualquer outra alternativa “normal” nos dias de hoje. Mas não quis e nem tenho pretensões de querer.


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Quis ser bicho. Ter meu filho em casa, urrando pra lua e sentindo todas as entranhas do meu corpo tremerem. E fui atrás para aprender a urrar, a parir, a gritar pelos meus direitos. Eu quis deixar a cria grudada a meu corpo, se preciso 24h, mamando como um lobinho, se misturando ao meu cheiro, se afeiçoando as minhas feições e aprendendo a urrar comigo. Eu quis lidar com a natureza de frente (detalhe grandão que me ocorreu ao escrever tudo isso,  tudo que escrevo é pessoal e não deve ser levado a outros âmbitos malucos, ou seja quem realmente PRECISA (ou precisou ) de leite artificial, de um parto hospitalar, de alguém para cuidar do filho e tudo mais, por favor, não é uma critica a você).

Eu quis lidar com essa natureza toda e esqueci que a mais dificil de lidar é a minha. Sim. A minha natureza. A minha loba interior, a minha lua, a “eu” selvagem. Ela não se adapta a esse ritmo de vida em que vivemos. Ela quer sua caverna, suas plantas, suas conexoes espirituais, suas irmãs para compartilhar a maternagem. A loba chora pois se sente só. Mas ao mesmo tempo, precisa ficar isolada, os lugares não são propícios a sua cria e nem a suas novas rotinas.  Se sente longe da sabedoria ancestral de suas irmãs, se sente perdida em lidar com sua própria sombra, e ao mesmo tempo, se sente toda completa o ver suas crias dormindo. Satisfeita e sem rumo, venho aqui e escrevo palavras internas. Palavras que queria ter trazido a tona bem antes. Palavras que sempre me aliviaram. Voltem.10978519_10152782321098167_8156254244884814481_n

 

Mamífera

Somos “civilizados” de mais para lidar com bbs recém-nascidos. Estes serem tão próximos do instinto e tão incompreendidos por rotinas e racionalidades.
Queria ser mais selvagem neste momento. Mais bicho. Mamífera que sou, só entendo de coisas de gente grande ou civilizada.
Mães de recém-nascidos são, literalmente, jogadas aos leões, sejam eles suas próprias sombras, sejam eles aqueles que se agarram a seus peitos.
E a beleza está bem ai.
Estou estirada a as sombras, buscando me entender, me acostumar…
Estas palavras não buscam a compreensão, mas sim, o acalento daquelas que se sentem como eu.

O rugido do parto ainda é ouvido. 

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Meu parto

Este relato é dividido e 4 partes:

1) pré-gravidez

2) a gravidez

3) o parto

4) o pós-parto

Minha historia começa ha seis anos atrás, quando eu engravidei da Sophia. Eu sempre quis ter um parto normal, pois sei como é uma cirurgia e a cesárea está entre uma das mais invasivas que existem. Não é bonito, é uma cirurgia, e a meu ver, sempre era usada em emergências e quando era opção da parturiente. Busquei um G.O. que fizesse parto normal e acreditei. Acreditei que todos os procedimentos e instruções eram para que tudo desse certo, que me levasse ao meu parto. Mas não tinha ideia do quão enganada eu estava. Por ter essa confiança nele, sequer procurei outras pessoas, afinal, ele era “O” medico todo fofo, atencioso… eu nem desconfiava que existisse um movimento pela humanização do parto, que existia a tal “violência obstétrica”, ou mesmo que ele pudesse, de fato, estar mentindo pra mim em algum momento. Gente, para e pensa: ele mentir seria algo antiético, certo? Enfim. Leiam o relato aqui (detalhe que na época em que a escrevi eu estava no começo do despertar, nem desconfiava que minha cesárea tivesse sido desnecessária).

2) a gravidez

Depois de um tempo, eu e meu marido cogitamos a ideia de ter outro filho, a Sophia já estava com 5 anos e estávamos numa fase muito tranquila e de segurança. Aos poucos fui conversando com a Adèle Valarini, que eu sempre via postando material relacionado ao parto e afins. Nós estudamos juntas quando pequenas mas não éramos amigas, só colegas, o facebook com suas ligações malucas nos reaproximou e foi lindo =).581892_10151661254275941_162335685_n

Voltando, eu fui metralhando ela de perguntas, abri a portinha do universo do parto humanizado, do parto domiciliar (que até então eu tinha aquela ideia manjada que, pra ter em casa, precisava ser milionária, ter ambulância na porta e equipe com GO, neonatologista, enfermeiras e tals), e vi meu primeiro parto :  que marcou muito. Me fez chorar, me fez pensar. E ainda ouvi dela: Nath, você pode ter o parto dos teus sonhos. Me imaginei em casa, com a amoreira do meu jardim ao fundo, pessoas amadas ao meu redor e aquele momento de, literalmente, DAR A LUZ.

Em dois meses eu engravidei e comecei a buscar as opções da cidade, entrei em grupos do face relacionados ao assunto, vi  muitos vídeos de parto e li muito sobre cada duvida que surgia. Fui desmistificando tudo que pudesse ter relação com o parto. E olha, descobri um universo. Desde coisas maravilhosas como entender o nosso corpo e como ele age de forma perfeita, até ouvir relatos pavorosos de violência obstétrica, de mentiras deslavadas para levar a mulher (mesmo aquela que quer o parto normal) para a cesárea. Fui para Brasília conhecer os grupos de parto humanizado, a Adèle, e tudo mais relacionado, me lembro da emoção de conhecer a Sylvana Karla e ela me contar que teve os dois filhos em casa! Na minha cabeça era algo como “puxa, “elas” ( elas= mulheres que pariram em casa) existem mesmo” (uma experiência quase mística, como se eu pudesse, de alguma maneira conhecer uma deusa, sabe?). E também tomei conhecimento que a cidade onde moro (S.J. Rio Preto,SP) é uma das que tem o maior índice de cesáreas…do Brasil. Tem até professor de faculdade dizendo que a cesárea é melhor em todos os aspectos pra o nascimento (melhor pra quem, eu pergunto).deb5a491baff1661e0d3b9c55dbc9032

Enfim, ir para o hospital não se tornou uma opção, era praticamente certeza que, chegando lá, me encaminhariam para a césa. Ou eu teria que chegar com o neném saindo. Sem falar que, com muita, mas muita sorte eu encontraria uma equipe humanizada num plantão e mesmo assim as probabilidades de eu passar por várias  intervenções (mesmo num parto normal) era praticamente de 100%. Sem falar que, não sei você, mas eu tenho pavor de hospital, pra mim é um local de doenças, pessoas estranhas (e muitas vezes arredias), agulhas, álcool, frio,  macas duras…ainda mais no SUS. Não iria pro hospital sem necessidade, só isso.

Voltando, minha gravidez foi fisiológica e biologicamente  perfeita, não tive nenhum problema, nem sustos, nada. E mesmo assim, toda vez que eu comentava com a GO do postinho algo sobre parto normal ela falava da cesária anterior, ou que era muito cedo pra pensar nisso, ou que eu devia parar de ter esperanças em relação a isso e pensar em coisas mais “importantes”, pediu o último ultrassom dizendo: -ah, você quer parto normal? Vamos pedir o ultrassom só pra ver se ta tudo certinho pra isso, de repente né? (e, de fato, estava…nenhuma lenda urbana foi detectada, como circular de cordão ou bebê sentado ou placenta “velha” (eu poderia fazer uma lista engraçadíssima pra vocês de desculpas para césa vistas num ultrassom ou sem nada, alias, vejam por si mesmos: http://estudamelania.blogspot.com.br/2012/08/indicacoes-reais-e-ficticias-de.html)

O mais incrível é que essa GO, mesmo que eu quisesse, não teria nada a ver com o parto, ela só faz o pré-natal, e eu me pergunto: -pra quê fazer esse terrorismo se ela sequer vai estar ou ganhar nada com o parto? Eu vejo esse discurso (e vários outros) relacionados a um terrorismo da ideia do parto normal sendo feito não só pelos profissionais “interessados” na cesárea, mas também pela mídia, por grandes meios de comunicação, por pessoas que reproduzem a fala do “sistema” e nunca se questionaram acerca dos fatos na história…enfim, tem muita lenda nessa área, muitos segredos que só ajudam aqueles que não vão passar por um parto. Porque, depois que você passa, você entende do que estou falando. Entender que tive que passar por uma cirurgia tão grande, com proporções psicológicas, de maneira desnecessária, sem respeito algum pelas minhas escolhas e vontades, pelas minhas peculiaridades culturais e pessoais, dói. E muito. 

Fui atrás de parteira, GO ou Enf., Obstetra que pudesse acompanhar meu parto, mesmo que fosse para vir de outra cidade. E tava bem complicado, as semanas iam passando, o parto se tornando próximo e nada… Quando encontrava alguém essa pessoa não poderia vir, ou teria parto na mesma época, ou só se eu fosse pra tal cidade…e eu querendo ter meu parto aqui, na minha casa mesmo. Me senti mal, pensei em alternativas malucas como ir pro hospital com o bebê saindo, ou ter em casa só com meu marido, mas não queria de maneira alguma colocar a minha ou a saúde do bebê em risco. Não desisti e continuei procurando. Não adianta também você chamar alguém só por essa pessoa “poder” fazer o teu parto, você tem que se sentir segura, amparada e ter certeza que o profissional é qualificado para um parto.
A ideia de um parto assistido é exatamente o que a palavra diz, você e seu filho serem assistidos em tudo durante o parto. E, para quem tem dúvidas, ele é qualificado tanto para pequenas emergências quanto para saber que aquela situação pede uma transferência para um hospital. E esse tempo é o mesmo utilizado para uma emergência hospitalar. Selecionei dois ótimos artigos para quem sabe pouco sobre o tal parto domiciliar:
Alguns mitos sobre o parto domiciliar

Um novo olhar sobre o nascimento: o parto domiciliar

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Heis que, la pela 35 semana, eu consegui uma indicação pela doula Helena Junqueira (de Ribeirão Preto, SP) de uma enf. obst. de São Paulo-capital  que costumava viajar para fazer partos. A Luciana Lourenço.
Ao falar com ela tive uma baita surpresa pois ela estaria em Rio Preto em 3 dias por conta de uma consulta de outra grávida que, (pasmem!) também teria um parto domiciliar em São José do Rio Preto. Eu cheguei a dar gritinhos histéricos de felicidades e achei que ela estava brincando comigo. E não estava.
Implorei por uma consulta no mesmo dia e deu tudo certo. Ela veio, conversamos, nos entendemos e deixamos tudo claro:  -valores, vontades, como faríamos no dia… enfim. Quando eu chegasse perto das 40 semanas, nós nos comunicaríamos todo dia para saber de sinais do parto e, assim que ela achasse necessário, viria pra cá de carro. E assim, os últimos dias foram seguindo, com aquele inchaço básico de fim de gravidez, com faltas de ar pelo bebê já estar enorme, com noites mal dormidas… 472749_4523084329870_388246708_o 891911_4420084314934_348480846_o
E eu tentando não ficar ansiosa, via vídeos de partos lindos, pensava na minha cesárea, na ansiedade do parto da Sophia… e sentia ainda fresquinha a dor da cesárea. E sabia, que essa cicatriz só pararia de doer na próxima etapa: o parto.

3)o parto

A ideia inicial era a de que, se eu tivesse algum sinal (na verdade, eu tava quase contando sobre tudo) eu falaria com a Luciana (por tel, face, mensagem) e ela viria pra cá assim que achasse necessário. Também estava contando com a Lucélia Caires , amiga de longa data, também enfermeira obstetra, que, na duvida, viria me ver para que não acontecesse nenhum imprevisto ou que, pelo menos, diminuísse minha ansiedade. Mas, não aconteceu nada conforme o esperado, foi melhor. A Luciana veio pra Rio Preto antes por conta da outra grávida (a Vanessa), que estava com a bolsa rota e aproveitou para me examinar na quinta, depois voltou pra casa da Vanessa. E o pequeno Enzo nasceu! Depois do parto da Vanessa, que foi lindo (leia o relato aqui), ela voltou a minha casa e percebeu que meu colo do útero já estava diferente, mais fino, dilatado, e eu ainda sem dores. Ela ficou na duvida…pensou em ir pra SP no domingo de manhã, mas depois de me examinar novamente, achou mais prudente ficar. Afinal, ela já havia perdido o aniversario do marido (que foi no sábado dia 11) e, pelo jeito, perderia o dia das mães também.

Ficou. Eu em nítidos pródromos quase indo pro TP ativo mesmo, mas sem dores, sem muitos desconfortos. Ela até me fez um chá, que ajuda a entrar em TP. A Lucélia também veio me ver e aos poucos eu fui achando que, puxa…acho que ta começando.1-IMG_9715

Na segunda feira, por conta de um exame de toque (pois era só assim que elas podiam saber como estava o meu TP (Trabalho de Parto), por eu não sentir dores, elas me relataram que a bolsa de liquido amniótico estava muito rente a cabeça do bebê, (e esta bem encaixadinha e baixa) e que, isso poderia ser um sinal de mecônio. Daria pra ver o liquido através de um exame, mas, por conta da bolsa tão grudadinha a cabeça dele, tava impossível ver qualquer coisa. Resolvemos esperar. No fim do dia, por receio de mecônio (e se fosse, eu seria transferida pro hospital para não haver risco de aspiração de mecônio), elas resolveram verificar novamente, e nada havia mudado. Tentamos desencaixar um pouco o bebê para tentar ver o liquido, mas nada. E, em conjunto, la pelas 2h-3h da madrugada de segunda pra terça, achamos mais seguro estourar a bolsa para verificar o liquido ao invés de ficar com receio do mecônio. Foi o primeiro momento durante o parto que eu tive que enfrentar meus mais terríveis pensamentos, que tive que me manter firme que aquilo era o melhor e mais seguro para mim e pro bebê, e que, se fosse necessário, iria pro hospital. Me mantive firme e forte, segura da minha equipe e da minha escolha. E elas fizeram o procedimento. Resultado? Liquido limpinho, perfeito, clarinho. Ou seja, nada de mecônio! Ah, e o melhor estava por vir, em uma ou duas horas, meu TP ativo começou! Eu comecei a sentir as tais contrações doloridas e pulamos todas de felicidade quando começou! Sim! Parece loucura, mas eu estava muito feliz com minhas dores. Era como se, durante esse tempo todo eu estivesse na fila para “aquela” montanha russa incrível, e agora, com as contrações e dores, eu tivesse acabado de embarcar no carrinho. Estava eufórica. Alias, todas nós estávamos.

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Tenho que relatar também que, meu colo estava posterior (e se manteve assim por um longo tempo) o que fazia com que o exame de toque fosse bem incomodo e também, com que o TP demorasse. Essa foi a parte dolorida e chata do parto, pronto, falei.

Voltando. Nessa primeira parte, eu sentia as dores e estava bem consciente, me lembrava da famosa respiração “cheira flor, assopra vela”, de vocalizar quando necessário (vocalizar aqui é emitir um som quase que gutural, mais grave, abrindo bem a boca, a faringe. Ajuda a relaxar e a dilatar o colo do útero, pois são sistemas que se conectam. Não confundir com gritos histéricos de dor), de tomar água, de comer…enfim. Em casa, o telefone foi desligado, o meu marido ainda foi fazer uma filmagem (acho que ele estava tão ansioso que conseguiu um pretexto para sair um pouco e voltar mais calmo), a minha filha em casa, duas amigas e duas enf. obstetras. Fomos visitados por um beija-flor, por velas de mel, por orações, por carinhos. Os cachorros nunca ficaram tão quietos e o dia se arrastou da maneira mais surreal do mundo.

Eu me sentia num belo ritual pagão, onde a natureza era parte, onde os elementos se interligavam, onde os espíritos de luz caminhavam entre nós. E eu, com as dores ficando mais intensas, entrava cada vez mais na grande caverna da deusa Gaia, a grande mãe. Me lembro de seguir os meus instintos e de ouvir os conselhos da Luciana e da Lucélia, mas tudo foi ficando muito inconsciente, eu entrava e saia de um transe muito forte a cada contração. Não me lembro de que roupa eu usei (se é que usei), não me lembro da sequência lógica do dia, só me lembro de fazer exercícios com um pano amarrado a amoreira, o que me fazia sentir muito bem e feliz, me lembro de fazer exercícios com a bola de pilates no banho, na sala, no quintal, me lembro de vocalizar e sentir meu corpo vibrar com isso, não me lembro em que momento parei de comer (pois parecia muito impossível comer algo), e o dia foi seguindo…1-IMG_9859

Lá pelas 16h eu estava com 7 cm de dilatação e o colo do útero ainda posterior. E tive meu segundo momento tenso, onde, mais uma vez tive que “me” enfrentar. Por conta do colo posterior, o TP estava lento, e por conta da bolsa rota esse TP não poderia passar das 17h, sendo então necessária a administração de antibióticos para evitar possíveis infecções, e isso só pode ser feito onde? Num hospital. E eu, só de ouvir a palavra “Hospital” gelava. Tentaríamos “acertar” o colo, para que ele ficasse mediano e, provavelmente, o TP seguisse feliz e com um tempo bom. Seria um procedimento dolorido, mas depois de tudo que fiz e passei, olhei para elas e disse: – Vamos, façam, confio em vocês e em meu corpo. (ou algo assim). Fizeram. E, em uma hora eu já estava com dilatação total e meu colo permaneceu mediano. Eu estava muito feliz, mas ao mesmo tempo num transe tão louco que me lembro de sentir a felicidade lá no fundo, porque por fora eu estava muito concentrada nas últimas contrações. Sentia um calor incrível, não conseguia comer nadica de nada, e adormecia entre uma contração e outra. Sério. E então, veio a última parte: a piscina.1-IMG_9908

A água estava morna, eu nua, todos ao redor, inclusive minha filha Sophia (que tem 5 anos), que ficou ao meu lado o tempo todo, jogando água em minhas costas.

Do lado de fora eu pude ver pela janela (e depois, pelo que me contaram) a amoreira, uma bela nuvem de chuva e sol. Um cheiro de mel (por conta das velas), um silêncio e meus urros. Sim, durante estas últimas contrações minhas vocalizações se tornaram urros, que me davam força, me aliviavam. Sentia minha alma instintiva gritar a mesma voz. A Leoa tomou meu ser e a cada gota de chuva que caia no quintal mais eu entrava nos meus instintos, mais eu sentia cada célula feral tomar conta de mim, mais eu sentia a exuberante luz preenchendo minha vagina e meu ser racional e medroso morrendo. Tive lapsos de consciência, mas as contrações me puxavam de volta. E eu tinha que segurar nas mãos de alguém. Nem lembro quais mãos eu peguei, mas tinha que segurar em alguém.  De repente, senti uma mãozinha bater na minha coxa e dei meu último urro. Depois de 30 minutos de expulsivo na piscina, as 17h38 do dia 14 de Maio de 2013, nosso iluminado Aldebaran nasceu com 3kg560 e 50cm. Todos choraram. Olhei para ele e ouvi alguém falando : -Vai, pega ele. E eu peguei. E tive o momento. Segurei ele junto a mim, lhe dei as boas vindas e senti o universo abençoando aquele momento. Um momento de luz e renascimento. Onde todos choravam felizes. Onde minha cicatriz se curara. Onde as palavras não tinham vez. Só os olhares.

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4) Pós parto.

Após alguns minutos, o cordão parou de pulsar e meu marido o cortou. O Aldebaran foi examinado pela Luciana enquanto eu saia as pressas da piscina pois minha placenta queria “vir ao mundo”. A Luciana aqueceu o Aldebaran e depois colocou ele em meu colo para mamar. Enquanto isso, foi me examinar, ver se a placenta estava integra, se eu precisaria de alguns pontos, enfim. Perdi bastante sangue, mas tudo estava bem e normal, este, aliás, foi o único momento em que minha filha ficou assustada, pois ela tem pavor de sangue. Foram dados 2 pontinhos na mucosa (só por precaução, pois não tive lacerações musculares nem nada), pois o Aldebaran nasceu com a mãozinha no rosto.

Estávamos todos em êxtase. Eu voltei a ouvir minha voz, pois, durante o TP eu percebi que não ouvia a minha voz, não via as coisas da mesma maneira, e de repente voltei “ao mundo”. Estava radiante. Todos estávamos.

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Eu achava que, depois de 14h de TP estaria sem forças, cansada, abatida…mas aconteceu exatamente o contrário. Ninguém negava o cansaço físico, mas este era superado pelo êxtase praticamente espiritual. A todo o momento eu me perguntava: – puxa, isso realmente está acontecendo? Será que não estou sonhando? Não conseguia acreditar. Senti que, se eu fui capaz de enfrentar tudo que enfrentei, desde a jornada antes do parto, até o parto em si, seria capaz de enfrentar qualquer coisa. Senti que tudo vem de encontro com o que pedimos e fazemos, e sim, nada é impossível. Uma ultra superação pessoal, física, espiritual. Algo que desejei muito, tanto pelas minhas razões pessoais, quanto por todas as outras mulheres que, assim como eu, passaram por cesáreas desnecessárias ou qualquer violência obstétrica, para mostrar que sim, podemos mudar essa realidade, que podemos confiar em nossos corpos, que somos forte e sagradas, que temos o DIREITO de parir e de sentir toda essa luz. Que podemos mais. Sempre.

Busquem a verdade. Lutem pelos seus diretos. Vivam seus sonhos. Vamos mudar juntas o nascimento de um novo mundo.

Agradeço do fundo do meu coração e da minha alma a todos e todas que me ajudaram, que oraram, que torceram por este parto. Em especial ao meu marido, minha filha e filho, a Luciana, a Lucélia, a Larissa, a Mariana e a Adèle.

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Relato por Adele Valarini (doula) http://adeledoula.blogspot.com.br/2013/06/relato-da-gravidez-e-parto-de-nathalie.html

Libido #04

Este mês a Libido Mag volta à ativa….trazemos um ensaio diferente, inspirado na grande Diva Marilyn Monroe, mas não no seu lado claro e brilhante, mas em seu lado poetiza e solitário.
O ensaio tentou trazer à tona a diva em tons de mortal. Misturamos a beleza da modelo e poemas da própria Marilyn.

Venha…delicie-se e conheça esta diva como mulher, como real, como você…

Clique na imagem
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http://issuu.com/nathgingold/docs/libido04

Fotografia e edição Nathalie Gingold
Modelo Daniela Sousa
Make Reider Pereira
Produção Milton F. Verderi
Assistente de fotografia Fernando Makaco
Locação Galo De Briga Filmes

E aqui, os links para as Libidos anteriores, para vocês, queridos leitores se deliciarem…

Libido #01

Libido #02

Libido #03

Vamos mudar o mundo?

“Se esperamos criar um mundo não-violento, onde o respeito e a bondade substituam o medo e o ódio, devemos começar com a forma como tratamos uns aos outros no início da vida, quando os nossos mais profundos padrões são definidos. A partir dessas raízes crescem medo e alienação ou amor e confiança.” Suzzane Arms

Nascimentos

Preview….Libido #04

Heis que no penúltimo dia do ano de 2012, resolvemos retomar a Libido.
Aqui o preview do ensaio pro mês de Janeiro/2013.

Libido #04

Modelo Daniela Sousa
Make Reider Pereira
Produção Milton F. Verderi
Assistente de fotografia Fernando Makaco
Locação Galo De Briga Filmes
Fotografia e edição Nathalie Gingold
E aqui, os links para as Libidos anteriores, para vocês, queridos leitores se deliciarem…

Libido #01

Libido #02

Libido #03

A menstruação

“Em muitas tribos quando as mulheres menstruavam ao mesmo tempo, se retiravam a um recinto especial a passar sua menstruação, enquanto os homens e as anciãs faziam suas tarefas. Era considerado o tempo em que uma mulher se encontra no nivel mais alto de seu poder espiritual, pela qual a atividade mais apropriada era descansar e acumular sabedoria. Se criamos este espaço, pode ser um momento muito criativo, intuitivo e transformador, em que deixamos o ciclo passado, limpamos nosso útero e nos preparamos para outro. Para muitas mulheres a experiência da menstruação também têm mudado significamente desde que não utilizam mais os tampões e absorventes descartáveis Somente a ação de jogar-los no lixo reflete o profundo deprecio de nossa cultura com o sangue menstrual, que é vista como algo basicamente sujo e desagradável. Estes produtos contém dioxinas e materiais sintéticos que prejudicam nossa saúde e ao planeta, no seu lugar podermos reutilizar uma esponja marinha especial e um coletor menstrual de silicone para coletar nosso sangue.
Ter o contato direto com seu sangue ao lavar o coletor menstrual ou a esponja com água nos faz afrontar muitos prejulgamentos e pensamentos negativos. Mas com o simples ato de colocar este líquido vermelho na terra com plantas, entendemos que as células que morrem em nosso útero e são transportadas no sangue menstrual são um alimento para a terra, cheio de ferro e outros nutrientes. Os mesmos ciclos da natureza – as estações, a lua, o sol – estão refletidos dentro dos nossos corpos. O que morre dá a luz. Agora não é algo repugnante, mas símbolo de nossa fertilidade, de nossa essência feminina, e de nossa conexão com a terra.”

(Tomado do original “Primeira Menstruação” de Sophia Style. Disponível em:http://conectacontuciclomenstrual.wordpress.com/primera-menstruacion/)

visto aqui: https://www.facebook.com/sagradofeminino

Barriga plana ou barriga de mulher?

“Barriga plana ou barriga de mulher?

No mundo da moda e do espectáculo (os que definem as tendências e impõem modelos) a barriga feminina está desaparecida.Não existe. Não está. Poderia ser uma história, se não fosse assim, porque o que oculta a barriga saliente de uma mulher é um útero relaxado.

Para a medicina tradicional chinesa, o útero é o primeiro motor energético do corpo feminino. O útero bombea a energia vital sexual para o nosso corpo, dá força e energia para viver. No entanto, o tipo de educação, repressão sexual e submissão que experimentamos quando meninas, nos obriga a fazer um gesto inconsciente, fechar o fluxo de energia através de nossos corpos para adaptar o modelo de garota submissa, obediente, calada, assexuada, quieta, boa e complacente.

Não ter barriga é um sinal de que o útero está dentro apertado e tenso. Na verdade, um dos primeiros sinais de que estamos relaxando o útero é que sentimos que nossa barriga se transborda, se expande, em seguida, uma barriga parece harmoniosa e bonita que mostra o espaço do útero em nosso interior. Não é um ventre inchado,é a barriga pertencente a anatomia feminina, independentemente de si o resto do corpo é delgado ou não. Quando o útero está relaxado o músculo relaxa e ocupa um espaço considerável no corpo. Se está tenso o músculo do útero contrai-se e ocupa um menor espaço. A barriga é uma área cheia de sensibilidade que desperta desejo e produz prazer. Na verdade, dançarinas de dança do ventre geralmente têm barriga, uma barriga bonita e sensual que mobilizam para seu próprio prazer e pelo jeito, às vezes o outro.

Ter barriga e ser mulher caminham juntas. No útero está o poder, a energia que geramos ao viver, o prazer e a sensualidade. Não é surpreendente o útero estar envolvido no orgasmo feminino. Talvez não seja apenas uma questão de estética e têm que olhar mais além.

Diante disso, devemos perguntar por que queríamos renunciar a fonte de prazer que proporciona o útero relaxado e a barriga. É uma estratégia inconsciente ou não do patriarcado para castrarmos mais? Não será ao final um elemento mais de submissão? Infelizmente, a minha resposta é que os modelos de ser mulher em uma sociedade não nascem dela, têm uma funcionalidade e neste caso, parece muito óbvio: romper o prazer e sensualidade na mulher, de modo que não sinta muito prazer, que se submeta pela falta de vigor e vitalidade, que lute contra sua própria natureza para se sentir aceita pelos outros, é a demonstração dos traços do patriarcado em nosso corpo. Abra os olhos e estar conscientes destas formas de submissão é o primeiro passo para nos libertar dos grilhões que o patriarcado impôs sobre o nosso corpo.

Efeitos de um útero relaxado: Menstruação sem dor, parto sem dor e /ou poderoso, maior desejo e prazer sexual, maior criatividade, maior segurança pessoal.”

Retirado do audiovisual “Vientre de mujer” Monica Felipe-Larralde, disponível em seu blog: http://estudiosobreelutero.blogspot.com/2012/06/documental-vientre-de-mujer.html
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isto originalmente aqui : https://www.facebook.com/sagradofeminino

Mães são mães. Atualizado

Tenho uma amiga, a Vanessa,  que é cadeirante, ela sofreu um acidente e teve algumas vértebras prensadas (me desculpem se falei besteira, mas não me lembro de cor quais foram e qual o nome correto). Mesmo assim, tem uma vida ativa, trabalha em empresa, trabalha como atriz, sai a noite, viaja, dirige, enfim. Cá pra nós, eu não vejo diferença entre qualquer outra pessoa, o fato é que algumas pessoas tem deficiência em entender as diferenças dos outros, dai a crença que eles (cadeirantes, cegos, etc) não tem uma vida normal. Até conversando com a Vanessa, ela me falou que não acha interessante o fato de haverem vagas de trabalho “especiais” para inclusão dela, pois ela não quer ser incluída na sociedade, ela ja faz parte da sociedade!

Bom, mas o fato é que vim falar de algo que ela me perguntou esses dias:
-Será que posso ter um filho de parto normal?
Eu fiquei sem saber a resposta, mas por conta do grupo “parto natural” do facebook onde uma a Lívia ta grávida e é cadeirante e ja recebeu um carimbo de cesárea na GO que foi….e a discussão começou.
Elas postaram essa dissertação de mestrado por LIVIA FAJIN DE MELLO DOS SANTOS, de 2011:

GESTAÇÃO SOBRE RODAS: assistência de saúde
à mulher cadeirante durante o pré-natal, parto e nascimento.

“São lindas, guerreiras, vitoriosas, determinadas… são mulheres, são esposas, são

mães! A cadeira de rodas é só um detalhe que lhes permite se locomoverem. Muitas vezes

as pessoas só olham para a cadeira e esquecem o principal, esquecem-se daquela mulher
que está controlando a cadeira. Pude perceber isso através de suas falas.”

Recomendo a leitura do capitulo I e V, no primeiro ela fala sobre o que envolve o imaginario acerca da cadeirante e no V transmite as falas das cadeirantes que participaram.

Temos também este vídeo:

“A mulher se torna mãe graças ao trabalho que cada uma realiza em sua mente,

trabalho que se converte em uma atitude maternal, uma experiência profunda e íntima. Esta
atitude maternal não nasce no momento em que a mulher ouve o choro do seu bebê pela
primeira vez, mas sim gradualmente, através do desejo de engravidar, e depois mais
concretamente quando engravida e durante os meses que precedem o nascimento de seu
filho (NARVÁEZ, 2009; WINNICOTT, 2006).”

Temos aqui também um texto lindo (alias, a foto da mãe cadeirante é daqui): http://cantinhodoscadeirantes.blogspot.com.br/2012/03/cadeirantes-podem-ser-pais.html

E bola pra frente que o futuro vem ai, quem quer ser mãe venha ! Todas podemos. Abaixo os mitos que nos rebaixam e que nos impedem de viver uma vida plena e feliz.

ATUALIZAÇÃO, de um GO do grupo Parto Natural:
” Essas mulheres podem e devem ter parto normal. As contrações uterinas independem do sistema nervoso central. Quando a mulher tem problemas de saúde, seja quais forem, quase sempre é preferível um parto normal. É justamente nessas situações que se deve evitar a cesariana pois uma complicação pode ser catastrófica para mulher. Na Europa abundam casos de mulheres que por vezes estão internadas em UTI, entubadas, e que tem o parto induzido. Infelizmente, por aqui, qualquer problema com a mulher é indicaçao de cesárea. Por isso, vão continuar morrendo mais mulheres aqui que nos países desenvolvidos até que esse conceito errôneo mude. Como a Maira falou, é preciso até ficar até atento ao trabalho de parto dessas mulheres com dano medular porque elas não têm percepção dolorosa. Isso tb acontece por exemplo com mulheres com esclerose múltipla avançada. Nenhuma indicação de cesárea para essas mulheres, pelo contrário, para elas a cesárea é mais “perigosa” que para mulheres saudáveis.”

Post especial para Vanessa Cornélio.

sobre ondas de pensamentos…

Tem dias que tudo me parece estranho…

Não sei se são hormônios, se a sensação de estar em “outro” mundo é pertinente à gravidez e suas nuances psicológicas ou se sou eu mesma, que sou assim, esse ser estranho e não muito bem familiarizado com as pessoas. Entendam, não é que não goste das pessoas, aliás, de fato, tenho um certo fascínio em descobrir as várias facetas de cada um. Mas quando esta ou aquela se aproxima de mais, ou muito rápido ou fora da minha zona de segurança, a dificuldade em lidar com o problema é enorme. Me sinto na obrigação de tentar reverter a situação, de me “relacionar”, de me conectar, sei lá. E quando forço, e as situações incomodas continuam, é meio obvio que a situação piora.  Exemplificando, eu não me forço a gostar das pessoas, mas me parece que isso ofende. Sim, porque, em situação muito recente, me dei conta que não gostava de determinada pessoa que convive me meu circulo de amizades. E não tenho nada a discutir com essa pessoa, seria como chegar em alguém e falar assim, bem, infantil: olha, não gosto de você e não quero ser sua amiga. Ou seja, totalmente dispensável de discussões. Mas a pessoa força a barra, como se fossemos amigos de longa intimidade. Ai me afasto. E ao me afastar, exatamente para não haver um confronto desnecessário, o tal circulo de amigos/conhecidos muda e me percebo tendo que:

-a) aguentar a pessoa e virar zen budista

-b)me afastar desse circulo de amigos/conhecidos bora tocar a vida.

Mas e aí. Me encontro várias vezes em minha intimidade me questionando se é assim a melhor maneira de me relacionar. O fato é que mudei muito e hoje em dia até me permito entrar em contato com sentimentos e situações mais fortes, boas ou ruins (fato que, digamos, na minha adolescência não acontecia, eu era um ovinho fechado).
Viver e nos relacionar é tão difícil, né?

O lado bom disso tudo é que sim, os reais amigos que tenho os são de verdade. Me sinto bem, a vontade e acolhida.

Não sei se a gravidez me deixou mais sensível e recolhida, mas sim, mesmo sendo a segunda, me faz pensar muito além das coisas de grávida.  E outro fato: me sinto na obrigação e na mega vontade de voltar à meditar.

Os primeiros meses…

Demorei bastante para escrever aqui de novo.
Acontece que são os primeiros meses da gravidez que me pegaram, de jeito alias.
Mesmo sem ter essa intenção, a gente acaba comparando com a primeira gravidez, e nela eu não tive enjoos, e nem muitas mudanças no começo da minha gravidez, só o corpo mesmo que mudou. Agora nesta segunda, veio um turbilhão de sensações diferentes, tive enjoos, vomitei (pouco), fiquei (e ainda estou) com muito sono e muito instavel emocionalmente. Sinto que tem a ver com fato de que nenhuma gravidez é igual e também porque estou me permitindo ter contato maior com meu corpo. Pelos videos, por ler sobre, olho para ele, converso com ele. Tento compreender a mágica da gravidez do ponto de vista do próprio ser em transformação, eu e o bebê.

E enfrentei alguns dilemas, como me sentir inútil por sequer conseguir limpar minha casa, minhas coisas… Eu consigo tirar um tempo para ler, conversar e fazer minhas coisas, mas tudo pela metade, quando percebo já estou bocejando ou morrendo de fome.
Outro foi conseguir me entender com meu marido, que sim, continua com sua vida normal, e eu aqui, doida só falando de partos e bebês. Conversamos muito, pedi apoio ele me pediu compreensão. E assim estamos caminhando, ele agora até começou a compartilhar posts sobre partos, fala comigo sobre o assunto, porque tava tudo meio empacado.

Fui na minha primeira consulta com a GO do postinho…e foi uma decepção. Me falou com todas as letras que com o meu “histórico” eu podia parar de pensar em parto normal, afinal, nossa, meu parto nao teve dilatação, dificilmente vou conseguir neste. :/ Nivel de frustração level mega-blaster. Sem falar que eu falei da minha doula e ela: Hein? O que é doula? Admito que sai da consult querendo chorar muito, e chorei. Mas depois de conversar com a Adele e com meu marido, me acalmei. Sem falar no grupo Parto Natural do face, que super me ajuda.

Bom, outra coisa foi que decidi que quero fazer um curso de doulas! Surgiu uma oportunidade de bolsa num curso e to tentando aqui.

Ah sim, outra coisa, também já me reuni com a cineasta Bia Lelles e o Cinemacaco para organizarmos o roteiro do documentário sobre o meu parto/parto natural em rio preto, e agora é gravar e gravar e gravar o meu diário.
Minha barriguinha está muito bem, crescendo feliz e contente. Já estamos na 10 semana.
Beijoes!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

E aproveito para deixar um parto lindo! Um daqueles que sonho pra chamar de meu!

 

Videos!

Hoje, eu vou recomendar uma bela e instrutiva seleção de partos humanizados em português.


É importante vermos todos os vídeos e pensarmos a respeito para quebrarmos os tabus e mitos inseridos desde cedo em nossas cabeças. O parto natural é e pode ser MARAVILHOSO! Não precisa ser doloroso, torturante e ruim.
Vejam os filmes e pensem:

http://adeledoula.blogspot.com.br/2012/02/videos-de-partos-humanizados-em.html

Melhores vidas

Planeta melhor ou filhos melhores?
(Texto por Gui Tesla)

Existe uma crescente preocupação de que planeta deixaremos para os nossos filhos. Uma preocupação muito relevante e indispensável, se quisermos deixar alguma vida nesse planeta. Contudo, será que também estamos preocupados com as pessoas que irão habita-lo no futuro?

As pessoas se preocupam com os desastres naturais que abalam a economia e a vida, mas não se preocupam com seus desastres pessoais, sua conduta corrompida, silenciosa e diária. Descompromissados com a educação dos filhos, pais omissos jogam no colo da escola e do professor toda a responsabilidade na construção do caráter. Dentro de casa, permitem que seus filhos sejam influenciados por pessoas sem caráter e valores, seja na música, nas novelas ou nos programas que distorcem os valores familiares e ferem a pureza e inocência de nossas crianças.

Oi, to grávida!

Seguinte, na segunda-feira dia 10/09 eu senti cólicas e tava com um mau humor terrível, pensei comigo: bom, amanhã eu menstruo. Nem tava mais pensando na gravidez planejada (como tinha ficado mês passado).
E, heis que a menstruação não veio.
E comprei o teste de farmácia mais barato e deu positivo.
E meus seios começaram a doer e mudar de cor e forma.
E fiz o BetaHcG: Positivíssimo!

Dizer que estamos felizes é muito pouco perto do que, de fato, estamos sentindo. Esse lance de ver o meu corpo mudando, criando um novo ser, uma nova pessoa, alguém totalmente único e ao mesmo tempo parecido com a gente, de sentir uma espécie de formigamento corporal e ao mesmo tempo espiritual… Olha, realmente, estou transbordando de amor e felicidade.
Pelos cálculos vou entrar na 6 semana e a DPP é pra 18/05/13.

Mudanças corporais:
-Fome e sono aumentados
-Seios maiores e bicos com coloração e forma diferentes

Ja conversei com a Adele Doula (minha doula virtual de Brasilia), com a Lara Scanferla e a Lucélia Caires (ambas enfermeiras Obstétricas de Rio Preto,SP), tanto sobre a gravidez em si, quanto sobre a idéia de fazer o documentário sobre a minha gravidez. A idéia é aproximar as pessoas deste universo, esclarecer dúvidas (através das minhas próprias que vão surgindo) e falar sobre o PARTO ATIVO, onde a mulher é, de fato, a PROTAGONISTA de seu parto. Ou seja, que ela possa, através do conhecimento REAL, da consciência e das próprias crenças escolher com propriedade que tipo de parto e/ou intervenções quer. Não quero que todo mundo tenha seu filho em casa, mas quero sim, que todas possam (sem medos irreais) escolher em ter, seja em casa, seja na hospital, ou numa casa de parto.
Para tal, vou documentar através de filmagens e fotos a minha gravidez toda (a partir de agora) e a luta ou não em conseguir ter meu filho em casa.

Hoje fui numa consulta com a enfermeira do Posto de Saúde Americano (SUS) aqui perto de casa. Fui muito bem atendida (embora tenha demorado bastante para tal), ganhei um livreto onde anotaremo as consultas, os exames e tal. Nele também tem espaço para as anotações do bebê.
Também tomei as primeiras doses das vacinas contra a gripe A e Tétano (afinal, como boa adulta que sou, nem tenho ideia de onde foi parar minha caderneta de vacinação) e daqui uns dias volto para as outras doses. Um fato interessante que notei é que, na minha primeira gestação, que foi pelo convênio, eu não tomei uma vacina sequer. Porque será?
Amanhã vou colher sangue para a bateria de exames e dia 22/10 é a consulta com a GO.

Bom queridas, creio que,por enquanto seja só isso mesmo!

Abraços barrigudos!

Sobre o corpo

Sabem, me dei conta de uma coisa:

-o “criar” um novo ser (desde a concepção até a amamentaçã0) é um mistério para mim. E acho que também o é para a maioria das mulheres que vivem em cidades. Os ciclos da natureza se perderam nessa tecnologia toda.

Um mistério porque perdemos o contato com nossa natureza instintiva e corporal.
Eu estava vendo os videos da Ina May por exemplo, que falava sobre “esfincteres”, que eles são  involuntários e que têm, portanto, “vontade própria”. Se você está num banheiro, quietinho, e alguém entra e te assusta, você por um acaso continua fazendo o que estava fazendo? Duvido! Certeza que, sendo o esfincter anal ou uretral, ele irá se fechar na hora e pluft! Nada de xixi ou cocô. E porque alguém acha que o cérvix (por onde “sai” o bb) seria diferente?

Quando você vai parir e, por algum motivo se sente desconfortável, com medo, sem intimidade e controle da situação, é CLARO que vai ser difícil. Saca aquelas pessoas que ficam, as vezes dias, sem fazer cocô por estarem na casa de alguém? E é só um cocôzinho…não um bebê de 3 quilos.

E porque lá no começo falei do mistério? Pois, pra mim, até prestar atenção na maneira como “vamos ao banheiro” é algo relacionado á consciência corporal, instintiva.

Todos fazemos todos os dias, mas não percebemos o grande ritual que precisamos para tal. Não percebemos que temos um banheiro, que é quietinho la dentro. Que nos isolamos. Nos protegemos. Que sim, somos seres que desconhecemos nossos próprios rituais selvagens.
E, por conta do que tenho passado, percebi que, mesmo depois de já ter passado por um parto, este que vem a seguir será todo novo, cheio novidades e descobertas.

Foto do meu projeto Musas de SI, que fala bem dessa consciência:

Jhenifer grávida do Otto

A primeira (descoberta) é bem essa, meu corpo está PEDINDO para ser descoberto. Para ser aprendido. Para ser . Em cada detalhe, estando ou não grávida, tomar consciência dele é uma prioridade para mim agora. E, no que eu puder ajudar quem quiser ser ajudada, estarei aqui. 😉

Aqui os links dos videos (legendados):

http://www.youtube.com/watch?v=-ygvpxpYN3c&feature=player_embedded
http://www.youtube.com/watch?v=jdiaDYVeqyY&feature=player_embedded
http://www.youtube.com/watch?v=ihjP2ctPE1c&feature=player_embedded

Imperdíveis!

beijao!

Sobre o parto normal

Ina May Gaskin na “the Farm” para o projeto Parto pelo Mundo:

Foto mãe

Foto que meu marido me enviou hoje

De volta para casa

Vídeo/ documentário lindo para todos aqueles que pensam em parto domiciliar, sendo como grávidas ou profissionais da saúde.
Eu chorei muito e percebi o tanto que ainda tenho que elaborar do meu primeiro parto, que foi uma cesárea.
Espero que faça você pensar e que nos dê forças para aprendermos com nossa natureza instintiva e selvagem. Sim, podemos parir em nosso ninho.
Visto aqui http://networkedblogs.com/BMXD6

De volta pra casa

(é só clicar no link)

Grandes abraços!

Vagina

“Eu não vim da tua costela, você que veio do meu útero”

É do tipo:
-entendeu ou quer que eu desenhe?

Corpo e suas lindas marcas

Vamos desmistificar o nosso corpo?

Site mostra e relata (em inglês) várias mulheres e seus corpos pós-gravidez.
Sabe aquelas atrizes famosas que, em dois dias depois do parto já estão magras e em forma? Desculpa, mas é mentira.
O que quero dizer é: vocês não estão sozinhas e não, seu corpo não é feio por ter mudado. O valores da nossa sociedade é que são.

http://theshapeofamother.com/

Eu esperando

Eu posso confessar que em relação ao meu corpo, a gravidez não o mudou muito.
O que aconteceu foi:
engordei 13 quilos na minha gravidez, não tive estrias e afins, a Sophia nasceu e em 5 meses já tinha emagrecido uns 20 quilos (sim, no final, eu emagreci mais que o necessário). Durante os primeiros meses pós nascimento, minha barriga estava super flácida, e a sensação era super bizarra. Meus seios cresceram bastante (sendo que, normalmente são piquitinhos) e amamentei a minha filhota até seus 10 meses.
Hoje em dia, posso dizer que a única marca corporal que tive da minha gravidez é a da cesárea.

E sabem de outra coisa interessante? Depois da gravidez, passei a sentir mais o útero. Sério! Como sentimos o estômago, sabe? E acho que, ao invés do coração, passei a sentir com meu útero.

meu barrigão 2 dias antes da Sophia nascer

Mas, nem sempre acontece com as mulheres o que aconteceu comigo, e isso não é motivo de vergonha ou mesmo de “feiura”. Ao contrário das modeletes/atrizetes que desfilam com seus corpos em forma uma semana depois de parir, meu corpo foi se ajustando, se adaptando. Aos poucos. E, assim como minha cicatriz vejo as marcas de gravidez com orgulho, orgulho de ver o corpo mudar, amadurecer, vencer. Temos que falar sobre isso e pararmos de cobrar da mulher esse lance de beleza estereotipada.

Beleza vai muito além. Beleza é se sentir bem e segura com o seu corpo, e isso implica em entender que ele não terá 15 aninhos de idade pra sempre.  E isso é LINDO!

Outra coisa interessante, é que durante a gravidez, ninguém lembra de acolher a mulher nessa mudança corporal, que é brutal! Pensa, nosso corpo muda, cresce em anos… cada detalhe tem seu tempo. Mas, durante a gravidez ocorre uma mudança corporal muito grande, e é normal se sentir estranha, não se reconhecer, ou até se sentir mal. Se falássemos mais sobre isso, as sensações ruins diminuiriam, pois quando há consciência, acalanto e respeito, a adaptação é maior e mais eficiente.
Vamos falar sobre isso?

Aqui, alguns links que falam do mesmo assunto:

“A imagem vendida do corpo por si só não representa sua totalidade. O nosso corpo é todo especial porque traz a gente dentro dele. É como se fosse uma casa na qual a gente mora a vida toda. E tanto tempo em um lugar deixa marcas. Nós não somos apenas as nossas estrias, mas sim, somos as nossas estrias. As nossas rugas, cicatrizes, manchas, olheiras… tudo isso é um pedaço da nossa história que ficou marcado em nós.”
http://ativismodesofa.blogspot.com.br/2012/08/as-linhas-da-nossa-historia.html

O projeto “Corpo de Mãe” foi pensado por mulheres reais para dividir com outras mães (e grávidas), como nós somos de verdade!
Porque o padrão de beleza imposto pela sociedade passa longe da realidade.

Mande a sua foto através do email: corpodemae@gmail.com
(Não precisa se identificar, se assim achar melhor)

Em breve também receberemos depoimentos :)

Se quiserem participar, mandem as fotos no: corpodemae@gmail.com (anonimamente, se prefeir)

“A beleza ainda é mais difícil de contar do que a felicidade.”
Simone de Beauvoir

Ensaio Frida Kahlo

Há um tempo fiz este incrível em homenagem à Frida Kahlo.
E por algum motivo ele ficou aqui, quietinho esperando para ser publicado….

Foi um ensaio muito emocionante e bonito. Emocionante não só por ser uma homenagem à uma das artistas que mais admiro, mas por me envolver com toda uma aura dela.
A Vanessa (modelo) tem uma trajetória que lembra e muito a da própria Frida, além do que o diário dela estava presenta no ensaio e isso trouxe um “algo a mais”. Podem ou não acreditar em espíritos, energias e afins, mas sinto que, no mínimo o simbolo de liberdade, força e paixão que a Frida tem, estava presente.
Posso não ter tido o privilégio de conhecer a Frida em pessoa, mas me sinto privilegiada em poder homenageá-la com pessoas tão iluminadas e tão próximas de suas obras, de sua vida e beleza.

VIVA FRIDA!

produção :  Milton F. Verderi.
Modelo/atriz : Vanessa Cornélio
Assistente : Fernando Macaco
Fotos e edição: Nathalie Gingold

(Milton e Vanessa também tem um exercício cênico chamado “Kahlos”, sobre o diário da Frida.)

Madalena Carmen Frida Kahlo (1907-1954), uma mulher transgressora, desafiante, valente, ferida e feroz. Assim se pode descrever esta artista mexicana, grande ícone da pintura ibero-americana.
A vida de Frida Kahlo esteve marcada pela dor, pelas tragédias, pelo sofrimento. Daí, que a sua pintura convertesse-se no seu refúgio, na sua maneira de fazer-se sentir, numa biografia da sua vida: da sua luta, da sua dor, da sua terra e da sua época. Conhecida pelos auto-retratos ela mesma se justifica dizendo:
“Pinto-me a mim mesma porque estou com freqüência sozinha, e porque sou a pessoa a qual melhor conheço”.
Clique para ver ensaio completo

Para Frida a pintura foi uma maneira de inventar-se a si mesma, mas também foi um modo de exorcizar a dor e de fazer tolerável o desespero das numerosas convalescenças que teve que defrontar ao longo da sua vida.
Frida Nasceu em 1907 no México, mas gostava de declarar-se filha da revolução ao dizer que havia nascido em 1910. Sua vida sempre foi marcada por grandes tragédias; aos seis anos contraiu poliomelite, o que à deixou coxa. O constrangimento causado por essas seqüelas acabou criando um fato extremamente interessante. Para encobrir a deficiência ela começou a usar saias longas como as das indígenas mexicanas. Mais adiante, quando Já famosa, as intelectuais de sua época e as mulheres de um modo geral acharam que ela estava lançando moda e começaram a também usar aquelas saias longas.

Fotos reais:

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Aos 18 anos Frida sofreu um gravíssimo acidente! O bonde em que passeava chocou-se contra um ônibus. Ela sofreu múltiplas fraturas e uma barra de ferro atravessou-a entrando pela bacia e saindo pela vagina. Por causa deste último fez várias cirurgias e ficou muito tempo presa em uma cama.
Começou a pintar durante a convalescença, quando a mãe pendurou um espelho em cima de sua cama. Frida sempre pintou a si mesma. Suas angustias, suas vivências, seus medos e principalmente seu amor pelo marido Diego Rivera.
Por conta da fratura de pelve, ela não poderia ter filhos de parto normal, e era recomendável, portanto que evitasse engravidar. O acidente também destruiu seu sonho de ser médica. Em 1929 ela sofreu o primeiro aborto; em 1932, o segundo e último. Seu grande desejo era ter filhos, e a impossibilidade de concretizá-lo naturalmente deixou-a extremamente traumatizada.

Nesse período, Frida pintou o quadro “O Hospital Henry Ford”,também conhecido como A Cama Voadora (1932). O quadro mostra a pintora deitada na cama do hospital, flutuando sobre o leito, um feto do sexo masculino, um caramujo e um modelo anatômico de abdome e de pelve. No chão, abaixo do leito, são vistos uma pelve óssea, uma flor e um autoclave. Todas as seis figuras estão presas à mão esquerda de Frida por meio de artérias, de modo a lembrar os vasos de um cordão umbilical. O lençol sob Frida está bastante ensangüentado. Seu corpo é demasiadamente pequeno em relação ao tamanho do leito hospitalar, de modo a sugerir seu sofrimento e sua grande solidão.

Em 2 julho de 1954 Frida participou, em cadeira de rodas, da manifestação contra a intervenção americana na Guatemala.
Frida Kahlo viveu como Diego Rivera recomendou, um dia, a ela:
“Pega da vida tudo o que ela te der, seja o que for, sempre que te interesse e possa dar certo.”
Ela costumava dizer que “a tragédia é o mais ridículo que há” e“nada vale mais do que a risada”.
Os seus quadros refletiam o momento pelo qual passava e, embora fossem bastante “fortes”, não eram surrealistas:
“Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei minha própria realidade.”

Aqui video da Frida (real)

Frida contraiu uma pneumonia e morreu em 1954 de embolia pulmonar, mas no seu diário a última frase causa dúvidas:

“Espero alegre a saída e espero nunca voltar – Frida”.

Museu Frida Kahlo
Site Oficial

VIVA FRIDA!

Nascimento de mãe

Olá! Estou um pouco ausente por conta do fluxo de trabalho, mas sem pressa, as coisas vão se encaixando e aos poucos o blog vai crescendo.
Duas coisas, primeira:
-no último dia 11/08 eu menstruei bem gostoso. Daquelas menstruações vorazes. E o mais engraçado é pensar no quanto eu sempre fiquei preocupada em NÃO engravidar, e num determinado momento em que decido engravidar (e, portanto não usar nenhum contraceptivo) nada acontece. Sério, decidi desencanar e deixar “rolar”, porque se fosse pela lógica, simples e reta, eu já estaria grávida. Não estou triste ou frustrada, só fiquei pensativa. Acho que tudo vem no momento certo.


Segunda: eu me reuni com a Lucélia (enfermeira obstétrica) e a Claudia (psicanalista Lacaniana) para discutirmos o parto ativo em São José do Rio Preto, SP. Sim, acho que o termo é bem esse: PARTO ATIVO. Onde a mulher é atuante e ativa, consciente e personagem principal de seu próprio parto.
Conversamos sobre as barreiras, sobre as possibilidade, e sobre a esperança de mudarmos o quadro. Afinal, por aqui o índice de cesárias é ENORME. E poucas mulheres sabem lidar com a própria gravidez.
Pautamos duas idéias:

-curso para gravidas, que trate de temas importantes, diferente do que vemos na maioria dos cursos para gestantes (como, por exemplo, ensinar a dar banho no recém-nascido…)

-Evento para ano que vem, reunindo profissionais da área favoráveis à mudança e público.

Aos poucos, informarei vocês através do blog.
Afinal, quando nasce um bebê, nasce também uma mãe. 

Mamãe Oxum

As mulheres que desejarem ter filhos dirigem-se a Oxum, pois ela controla a fecundidade, graças aos laços mantidos com Ìyámi-Ajé (“Minha Mãe Feiticeira)”. Sobre este assunto uma lenda conta que:
“Quando todos os orixás chegaram a terra, organizaram reuniões onde as mulheres não eram admitidas. Oxum ficou aborrecida por ser posta de lado e não poder participar de todas as deliberações. Para se vingar, tornou as mulheres estéreis e impediu que as atividades desenvolvidas pelos deuses chegassem a resultados favoráveis. Desesperados, os orixás dirigiram-se a Olodumaré e explicaram-lhe que as coisas iam mal sobre a terra, apesar das decisões que tomavam nas assembléias. Olodumaré perguntou se Oxum participava das reuniões e os orixás responderam que não. Olodumaré explicou-lhe então que, sem a presença de Oxum e de seu poder sobre a fecundidade, nenhum de seus empreendimentos poderia dar certo. De volta a terra, os orixás convidaram Oxum para participar de seus trabalhos, o que acabou por aceitar depois de muito lhe rogarem. Em seguida, as mulheres tornaram-se fecundas e todos os projetos obtiveram felizes resultados”.

Diz uma lenda que Oxum passeava na floresta brincando os animais, que são seus amigos, desfilando seu ar coquete e sensual. Foi assim que Ogum – homem rude, bruto e violento – a avistou. Diante da beleza e graça de Oxum, Ogum sentiu que se apaixonava por Oxum e correu para ela. Declarando seu desejando e implorando seu amor. Mas ela só tinha olhos para Xangô, por quem estava enamorada. Assustada com a atitude de Ogum começou a correr pela mata, fugindo de seu pretendente que a seguia de perto. Desesperada se atirou nas água de um rio, cuja corrente a arrastou rapidamente para bem longe de Ogum, mas ameaçava afoga-la.

Levada pela correnteza, chegou até a desembocadura, onde encontrou Iemanjá. Compadecida, a senhora mãe das águas a protegeu e presenteou Oxum com aquele rio para ela pudesse viver. Ainda lhe presenteou com corais, jóias e cauris. Assim, Oxum encantou o seu amado Xangô com a sua riqueza e beleza e passou a viver no rio, que hoje leva o seu nome, tornando-se amiga inseparável de Iemanjá.

Fonte: http://www.oxum.com.br/site/

Medusa

“Alguns creem que a decapitação de Medusa simboliza o domínio da sociedade patriarcal. Medusa, termo que significava “sabedoria feminina soberana” foi silenciada e seus poderes caíram sob o controle e as ordens dos homens… A grega Medusa é uma importação da Líbia, onde era venerada pelas amazonas, junto às Deusas das Serpentes. Originalmente simbolizava a sabedoria das mulheres, os mistérios do feminino e os ciclos da natureza e mais tarde esses valores foram deturpados e Medusa passou a ser conhecida como “monstro maligno”.

Marcha pela humanização do parto

Começa a Marcha pela Humanização do Parto em todo Brasil!

Hoje mulheres de 32 cidades estão unidas para chamar a atenção da sociedade sobre a importância da humanização da assistência obstética no Brasil e por acreditarem que seus direitos sexuais e reprodutivos devem ser respeitados.

VIVA A MATERNIDADE ATIVA!

A ideia da manifestação surgiu após a publicação de duas resoluções do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) que proibiam que gestantes contassem com a assistência de acompanhantes profissionais (obstetrizes, doulas e parteiras) em hospitais e maternidades, e ameaçavam de punição médicos-obstetras que acompanhassem partos domiciliares ou dessem retaguarda a parturientes com necessidade de remoção de parto em casa para o hospital.

O parto é da mulher e não do médico!

A Marcha pela humanização do Parto acontece esse domingo em 32 cidades do País.


“QUEM DISSE QUE NÃO GRITEI PRA FAZER?”

Em Belém (PA), mulheres reuniram-se na Praça João Batista Campos para protestar contra a lei que criminaliza médicos que dão assistência à partos em casa.

Veja as fotos: http://bit.ly/NicDxS
Apoie a causa: http://bit.ly/MXyW0T


Em Belo Horizonte várias mulheres reuniram-se na Praça da Liberdade para reinvindicar pela causa.

Veja as fotos: http://bit.ly/OJlXMp
Apoie a causa: http://bit.ly/MXyW0T

‎”O PARTO É MEU”

Porto Alegre também realizou o Ato Pela Humanização do Parto hoje.

Confira as fotos: http://bit.ly/NVsreZ
Apoie a causa: http://bit.ly/MXyW0T

Quero minha doula comigo

Em São Paulo, a concentração da Marcha pela Humanização do Parto foi na Praça Mário Covas com a caminhada percorrendo a Avenida Paulista.

Sobre sensações e pensamentos

Eu e meu marido decidimos, há mais ou menos um mês, que teríamos um outro filho (já temos uma pequena, de 5 anos, chamada Sophia).
E me dei conta que eu talvez precise me aproximar do meu corpo, de seus sinais e sensações. Me dei conta que, apesar de super atenta, não sei dizer se já estou grávida ou não. E isso, embora um pouco frustrante, é um indício do quão longe estou de mim mesma. Paradoxal né?

Tenho tido sensações uterinas (estas que aliás mudaram muito depois de ter a Sophia, antes eu não “sentia” meu útero, depois sinto de fato ele), tive uma pequena cólica hoje, teve um outro dia que passei mal, senti “borbulhas”…enfim. Mas eu só vou partir pro teste de farmácia (se eu não conseguir o de sangue antes, afinal não tenho plano de saúde) depois que a menstruação atrasar, se ela atrasar. Ou seja, lá pro dia 15.
Até lá vou aguardando.
Mesmo sem saber, e idéia de ter um filho já está presente, se você acredita em alma e tal, eu diria que ele já está do meu lado. Meu marido e minha filha estão super animados, vez ou outra comentam algo. A energia de um novo membro familiar já está aqui. E é ótimo poder planejar e ter um momento propício para a nova vida. Me posiciono com mais consciência frente ao que está por vir.  E quero uma gravidez consciente, tranquila e feliz.

 Quero poder escolher onde parir.  Eu quero ter um parto dentro d’agua e em casa, junto com minha familia linda, minha amoreira, junto com a paz que tenho em casa, o acolhimento. Se, durante a gravidez tiver algo que seja contrário (e genuino) a ter um parto em casa, tudo bem, mas que seja um parto humanizado e consciente, que eu saiba o porquê de estar tomando determinado remédio, das possibilidades e principalmente da MINHA ESCOLHA. Ninguém devia ser privado de escolher.

Print feito por Adèle

Entrei em contato com a Adèle Doula que tem compartilhado várias informações e palavras de carinho comigo. Ela trabalha como doula em Brasília e estuda psicologia. Estudamos juntas em 199? no Licée Pasteur/SP e fomos nos reencontrar através do Facebook ^-^ Eu brinco dizendo que ela é minha doula virtual! E já faz “aquela” diferença”. Deixa a gente mais “sossegada”….faz pensar…desmistifica essa área, tão controlada por profissionais da saúde (nada contra eles) e hospitais e tão longe de nós mesmas.

Engravidar, parir, criar um filho, deviam ser coisas mais conscientes e responsáveis.

Jhenifer gravida – foto por mim

Enfim. Vou compartilhar com vocês um video lindo, de um parto domiciliar aproveitem !
 Parto Natural de Naolí Vinaver

Grandes abraços!!

Olá!

Primeiramente bem vinda/o ao blog Akna!
A ideia é ter um diário online sobre a minha futura gravidez (ou presente gravidez, eu não sei), onde discutiremos tanto questões simples do dia a dia, quanto questões maiores, acerca dos tipos de parto, perguntas sobre a gestação, grupos de apoio,  locais de informações, doulas, enfermagem, obstetrícia.. Enfim!

Eu já sou mãe de uma garotinha linda, chamada Sophia, que acabou de completar 5 anos. O parto dela foi uma cesária não eletiva (ou seja, aguardamos o dia do parto naturalmente),  eu queria um parto normal, mas por “n” motivos não pude. Se quiser ler o meu relato de parto, clique aqui.

O nome Akna (a mãe) é da mitologia Inuit (esquimós), é uma deusa de fertilidade e do parto.
É também o nome da deusa da maternidade e do nascimento na mitologia maia.
Eu adoro mitologia e achei interessante fugir um pouco do “fluxo” mais conhecido de mitos relacionados à maternidade e trazer algo que, embora distante da minha cultura, representa muito bem essa minha busca, por algo desconhecido e ao mesmo tempo familiar, forte e com uma sensação de “Déjà-vu”.
Algo como a Deusa Akna, desconhecida…porém….

Meu intuito com este blog é que você , mulher, se apodere de seu corpo e seja livre para ser mãe da melhor maneira possível.

Aqui um video lindo de um parto onde a mãe sorri muito, para inspirar vocês queridas!

“Seus comentários são sempre positivos: “Vem meu bebê“, “Sim“, enquanto se olha no espelho e faz força, sem gritar. A equipe não lhe dá ordem nenhuma, a única coisa que eles dizem é “olha, olha!” e “muito bem!“, e quem recebe o bebê e o coloca sobre a barriga da mãe é o próprio pai.”
Fonte: Adele Doula

Grandes abraços maternos para vocês

Primeira Expo Musas de Si= Sucesso!

Porque foi tudo lindo. Perfeito em cada imperfeição. Sincero em cada olhar. Emocionante em cada voz. Forte em cada gesto. E transcendeu em cada cor.
A primeira exposição do meu projeto Musas de Si foi mais que um sucesso, foi algo quase místico, que pulou o momento e se antecedeu à nova era.

Agradecerei infinitamente à todos que me apoiam e que me amam.
Vocês são SIM, MUSAS (e , pq não, MUSOS (?) )E me inspiram à fazer o melhor.

Só faltou agradecer à Camila Fernandes e à musa Fernanda Tavares!

Em breve fotos !

 

Primeira Expo MUSAS DE SI!

Flyer da primeira expo do meu projeto Musas de Si! Todos por Camila Fernandes ou  Mila F.

Aqui no blog eu já escrevi sobre o projeto. Não viu? Vai lá!! MUSAS DE SI

 

Ganhou o prêmio de fomento à cultura “Nelson Seixas” da prefeitura de S.J. Rio Preto, SP, em 2011.

Será na Casa Kenty, de Alexandre Kaldera   ! (Veja aqui reportagem)  O design da exposição contou com os incríveis Natália Shinagawa (arquiteta) e Diogo Moita (Designer), e também conto com apoio do Timbre Coletivo e artistas envolvidos, amigos, musas…enfim, mega time!

Além da exposição em si, teremos vários artistas falando através da arte, sobre o tema em debate: o que é ser Musa? O que é beleza?

Dança com a apresentação “Born never asked”, inspirada na obra da fotógrafa Francesca Woodman e interpretada por dançarinos clássicos e modernos: Carolina Campos e Thayná Barbosa da companhia Isadora Duncan e Roni Roda do Fusão de Rua.
Teatro com uma cena da peça “Kahlos”, sobre a vida de Frida Kahlos. Com direção de Milton Verderi e atuação de Vanessa Cornélio e Lawrence William Garcia.
Apresentação musical em homenagem às grandes musas da música, interpretadas por Alessandra Lofran e Victor Campos (ambos da banda Contos de Réis)
Karaokê ao vivo, onde a música é tocada na hora e quem quiser cantar é só pegar o microfone, com a banda Lolirock, dos músicos Daniel Verlotta e Bruno Ravagnani

E paines em grafitti inspirados nas musas por Patrícia Campos, Lucas Campos e Fátima Salomeh

Além de muita gente bonita e interessante, num local delicioso para se inspirar e se debater um tema onde todos estão envolvidos.
Será na sexta, dia 15 de junho, em S.J. Rio Preto, vem!!
https://www.facebook.com/events/400569503308360/

Flyer por Camila Fernandes Mila F


Conheça um pouco mais do projeto aqui:
www.wix.com/gingold/musas ou aqui:
https://www.facebook.com/pages/Musas-de-Si/393703130670430


Quero todo mundo lá!!! 

Rio Preto Rock Festival 2012

É tipo assim….

“Galera, a equipe de organizadores do RIO PRETO ROCK FESTIVAL agradece a todos que compareceram neste evento maravilhoso que tivemos!!!
O público esteve de parabéns, em 20 horas de Rock and Roll não registramos nenhuma briga, nenhuma aborrecimento e a vibração estava demais.Muita energia positiva e esperamos o apoio de todos para que possamos realizar a segunda edição em 2013! Agradecemos também ao trabalho maravilhoso das 11 bandas que engradeceram nosso evento: Killing Dogs, A Estação da Luz, Johnnie Rock, Bruno Britto e Banda, Mobil, Os Beatolados, Queen Tribute Brazil, Lizzard, No Quarter, Ozzmosis e Homens de Gelo que conseguiu manter a animação da galera mesmo depois das 6h da matina! LONG LIVE ROCK ‘N’ ROLL!!!”

clica!!!

Aqui, um pequeno registro fotográfico, pois eu não estava lá fotografando e sim filmando.
Vai lá e confere!
(é só clicar na foto)

Rio Preto Rock Festival.
20 horas de ROCK, com tributos e covers dos maiores clássicos do ROCK nacional e internacional.
foi dia 26/05/2012, no Recinto de Exposições de São José do Rio Preto – SP.

www.riopretorockfestival.com.br
www.facebook.com/riopretorockfestival 

Pós TV Lado B

Quarta-feira de estréia!
Nesta quarta (23), às 20:30h, rolou a primeira Pós Tv Lado B, que foi realizada pelo Timbre Coletivo, direto da Casa Kenty.

A Pós Tv é um projeto do Fora do Eixo que busca ressignificar a Tv convencional, através de debates ao vivo na internet. Mais do que um canal, um conceito, a Pós Tv prestigia iniciativas de transmissões em diversas áreas.

A Pós Tv já ocorre em vários pontos do Brasil e, nesta quarta, chegou em São José do Rio Preto!
Foi realizada pelo Timbre Coletivo, com apoio da Casa Kenty.

O debate foi sobre o cenário artístico riopretense.
Confira a cobertura fotográfica (é só clicar na fita):

Clique!
CLique!